Raio-X de Ricardo Vélez Rodríguez, o novo Ministro da Educação
16 de janeiro de 2019
Por Caio Alves – Editora do Brasil
Tendo assumido o cargo no primeiro dia do ano, o novo Ministro possui uma experiente trajetória e tem posicionamento político alinhado com o atual presidente.
Nascido em Bogotá, o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, de 75 anos, foi nomeado, pelo presidente Jair Bolsonaro, o novo Ministro da Educação. Assim como grande parte do novo governo, Ricardo Vélez é conhecido por ter uma ideologia política semelhante à de Bolsonaro, priorizando aspectos como a Escola Sem Partido, postura com viés mais conservador nas escolas, patriotismo e valorização do militarismo.
Teólogo, filósofo e professor universitário, Ricardo Vélez Rodríguez, embora seja colombiano, tem notável carreira em solo brasileiro, ainda que tenha iniciado a trajetória em seu país. Em 1963, na Pontifícia Universidade Javeriana (Bogotá), licenciou-se em Filosofia e estudou Teologia entre 1965 e 1967 no Seminário Conciliar de Bogotá.
Dando início à vida de professor em 1968, deu aulas de Literatura e Filosofia na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Pontifícia Bolivariana (Medellín), bem como lecionou Ética Empresarial na Escuela de Administración de Empresas e Instituto Tecnológico. Entre 1972 e 1973, na Universidade Externado de Colômbia e na Universidade do Rosário – ambas em Bogotá –, lecionou Filosofia e Humanidades. Foi em 1974, obtendo o título de Mestre em Filosofia pela PUC-RJ, que Ricardo Vélez iniciou sua carreira no Brasil.
Entre 1985 e 1990, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atuou em cursos de graduação, Filosofia e mestrado – tendo criado o Programa de Mestrado em Pensamento Brasileiro, o qual funcionou até 1996. Foi, também, professor visitante das universidades de Antioquia (Colômbia), Católica Portuguesa, UFRJ e do Centro de Ensino Superior de Juiz Fora.
Católico por formação e conservador nos posicionamentos, o novo Ministro da Educação possui momentos marcantes ao longo de sua vida. Vélez chegou ao Brasil em 1979 fugindo da violência contra os professores – um ano antes, 18 professores foram assassinados na Colômbia. Em seu blog, expõe suas opiniões e defende seu posicionamento. Ele publicou, por exemplo, um programa a favor da descentralização do sistema educacional brasileiro. Vélez Rodríguez se declara anticomunista, é adepto ao liberalismo clássico e critica a influência marxista no país. Além de Ricardo Vélez para o Ministério da Educação, Jair Bolsonaro nomeou outros ministros, sendo eles: André Luiz de Almeida Mendonça (Advocacia-Geral da União), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Bento Costa (Minas e Energia), Carlos von Doellinger (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Carlos Alberto dos Santos (Secretaria de Governo), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Érika Marena (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Joaquim Levy (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luiz Mandetta (Saúde), Mansueto Almeida (Tesouro Nacional), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), Marcos Cesar Pontes (Ciência e Tecnologia), Maurício Leite Valeixo (Polícia Federal), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Osmar Terra (Cidadania), Paulo Guedes (Economia), Pedro Guimarães (Caixa Econômica Federal), Ricardo de Aquino Sales (Meio Ambiente), Roberto Campos Neto (Banco Central), Roberto Castello Branco (Petrobras), Rubem Novaes (Banco do Brasil), Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União).