Sem aula? Dicas de como estudar em casa para o ENEM

10 de abril de 2020


A ordem geral sobre a pandemia de Covid-19 é simples e clara: isolamento social é a melhor forma de conter o avanço do vírus, que circula pelo ar e é altamente contagioso. Isso significa que lojas, shoppings, parques, casas de shows, teatros e diversos outros locais que representam aglomeração de pessoas estão fechados ao redor do mundo. As escolas não estão fora dessa lista e, sem aulas, diversos estudantes estão tentando se redescobrir e aprendendo a como estudar em casa.

A realidade dos estudos on-line

Dados da UNESCO estimam que mais de um bilhão de estudantes ao redor do mundo terão suas aulas afetadas por semanas ou meses. Isso representa 91% do alunato mundial, da Educação Infantil até a mestrandos e doutorandos. Como forma de amenizar tais impactos, o Brasil e tantos outros países, buscaram nas aulas remotas e on-line uma solução.

O que precisa ficar claro para o professor, entretanto, é que ainda que as aulas remotas sejam uma ótima alternativa, ela não substituirá a escola. É utopia esperar que aulas on-line consigam suprir 100% do currículo esperado em classes presenciais, ou que o estudante – e professor – passem a manhã inteira em videochamadas.

Outro tópico que deve ser levado em consideração é que o acesso à internet para que seja possível assistir aulas on-line pode ser um dificultador quando pensamos na realidade de diversos jovens. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 79,9% das residências no País possuem algum tipo de internet, fixa ou móvel. Por outro lado, 98% desses acessos à rede é feito pelo celular, plataforma que pode tornar a experiência da aula remota menos intuitiva – a depender tanto do modelo e do sistema operacional do aparelho, quanto da qualidade da rede móvel. Esse não é um problema exclusivamente brasileiro. Em Nova Iorque, por exemplo, dos mais de um milhão de estudantes locais, 300 mil não possuem nenhum tipo de acesso à rede em seus domicílios.

Faz-se necessário, então, um bom plano de ação para que o ensino de jovens à distância seja efetivo. E a Editora do Brasil te dá algumas dicas a seguir.

Diferenciando as metodologias de ensino

O primeiro passo deve ser a compreensão de duas realidades importantes. Primeiramente, será necessário repensar o currículo – aulas on-line precisam de adaptações, já que sua dinâmica é diferente da presencial. A segunda coisa que precisamos entender é que essa realidade de isolamento social não será para sempre. Então, se você possui dificuldades para trabalhar dessa maneira com sua turma, não desanime – com ajuda de outros professores, familiares e amigos, você consegue passar por essa fase tirando nota 10.

Com isso em mente, é hora de diferenciar as abordagens. É sobre isso que diversos pesquisadores, da Universidade de Columbia, Universidade de Nova Iorque, Universidade de São Paulo e da Universidade de Stanford, dissertam no artigo Como estudar em tempos de pandemia, publicado na Revista Época. O texto é embasado em diversas pesquisas realizadas para o grupo Ciências da Aprendizagem Brasil, iniciativa do Transformative Learning Technologies Lab, de Columbia (EUA). Nele, é constatado que aulas que instiguem a investigação, a construção coletiva de conhecimento e o aprendizado colaborativo, trazem melhores resultados para os estudantes.

Dessa forma, por mais que as aulas on-line não substituam as presenciais, é possível aproveitar diversos recursos tecnológicos que incentivem a conectividade e a construção de conhecimento de formas que vão além da explicação do professor. Isso coloca o estudante no centro de seu processo de aprendizado, tornando esse momento mais rico e mais proveitoso para ele.

Por isso, use e abuse de mecanismos como visitas virtuais a museus, plataformas e programas para a criação de produtos audiovisuais (podcasts, vídeos, e afins), além de oferecer materiais de apoio dinâmicos, como canais no YouTube ou sites interativos. Outro benefício dessas práticas pedagógicas ativas é que não há um prazo específico para o estudante  realizar – isto é, ele não vai “perder nota” se não concluir ao fim do dia. Assim, ele pode fazer no dispositivo que preferir, no momento do dia em que a conexão da internet estiver mais estável, dando mais chances para quem tiver serviços de rede mais modestos.

Se você quiser saber mais sobre essas práticas pedagógicas ativas, é só baixar nosso e-book grauito.

Sem perder o ENEM do foco

“Mas, e o ENEM?”. Essa deve ser a primeira questão que surge na cabeça dos estudantes e até mesmo dos professores do Ensino Médio, sobretudo no último ano.

É fato que o ENEM representa uma grande preocupação nesta etapa da educação. Ainda que as práticas pedagógicas ativas tirem o peso das grandes avaliações dos estudantes, é impossível descartar o fato de que as provas podem ocorrer no fim do ano, e os estudantes devem estar preparados. Como estudar em casa para o ENEM, então?

Como estudar em casa e se preparar para o ENEM

O primeiro passo é acalmar sua turma. Ao aplicar atividades diversificadas, você terá tempo para organizar uma videochamada para conversar com todos e saber o que eles estão pensando e como estão se sentindo em relação a essa pressão. Se possível, grave essa conversa e disponibilize o vídeo para que quem não conseguiu uma boa conexão no momento possa assistir posteriormente. É importante fazer sua turma perceber que, embora estejamos vivendo essa situação adversa, e que o convívio, por hora, seja apenas virtual, você, enquanto professor, ainda estará disponível para apoiá-los e prepará-los com calma e dedicação.

Na sequência, é preciso pensar em métodos de como estudar em casa para o ENEM, considerando a realidade de estudantes sem conexão à internet ou com rede lenta e prejudicada. Então, por que não promover e incentivar diversas atividades “analógicas”

Muito do aprendizado humano é relacionado à disciplina, à rotina, e não necessariamente à quantidade. Por isso, vale a pena organizar um roteiro para que os estudantes, mesmo sem internet, com apenas papel, caneta e livros didáticos, possam criar um guia de estudos para conquistar a tão sonhada boa nota no ENEM.

Confira, a seguir, uma sugestão da Editora do Brasil:

Local ideal

O primeiro passo para estudar em casa, seja para o ENEM quanto para qualquer outra finalidade, é encontrar o local ideal. Não é por que o estudante não está com o compromisso de se locomover até a escola que não deve haver disciplina. Aspectos como iluminação, ventilação e poucos ruídos são essenciais para estimular a concentração do estudante. Definir horários também é essencial: é preciso fazer sua turma compreender que não adianta ter um dia improdutivo e focar nos estudos já na cama, antes de ir dormir.

Desenhe metas

Estimule seus  estudantes a criarem metas. Num dia corriqueiro de Ensino Médio, os jovens podem ter três, quatro aulas por dia, de diferentes disciplinas. Isso não funciona quando se estuda sozinho. Como estudar em casa é diferente, o ideal é que os jovens organizem suas metas e rotinas. Por exemplo: segunda-feira pode ser definido como o dia de estudar Matemática por 3 horas. Depois de uma pausa, vem o momento de estudar Biologia por três horas. Essa rotina só será repetida, então, na próxima segunda – e assim por diante.

Pratique a redação

Um dos principais pesos do ENEM é a redação. Portanto, estimular a prática da escrita é essencial. Defina alguns temas para que ao longo de duas semanas sua turma pratique a estrutura básica da dissertação argumentativa. Nós já publicamos um artigo sobre. Se quiser ter mais ideias sobre como preparar os jovens para a redação do ENEM, é só acessar o texto clicando aqui.

Use flashcards ou mapas mentais

Uma ótima dica de como estudar em casa é fazer o uso de flashcards ou mapas mentais.

O primeiro modelo, por mais que tenha um nome difícil, possui uma metodologia simples, e tem como preceito de que mais vale prestar atenção em conceitos práticos e diretos do que em textos densos e longos. Assim, estimule seus estudantes a usarem post-its, ou apenas pedaços de papel pequenos, para anotar conceitos, fórmulas ou ideias que julguem importantes. Na sequência, é necessário colar ou deixar esses papéis em um lugar visível. Assim, todos os dias, o jovem inevitavelmente olhará para as anotações, lendo e fixando os conceitos.

O segundo método consiste na elaboração de um mapa mental, onde o estudante, numa folha sulfite (ou maior) define um tema, que deve ser escrito no centro do papel. A partir daí, literalmente “puxa” linhas que fazem ligações lógicas com pontos importantes, criando uma teia de raciocínio que estimula o poder de síntese e organização mental.

Todas essas atividades podem ser realizadas no momento em que o estudante se sentir mais à vontade de acordo com sua rotina. Mais do que ser um método de como estudar em casa para o ENEM, torna-se um complemento para a parcela de jovens que possuem acesso limitado à internet. Assim, este momento de reclusão social e aulas remotas pode ser aproveitado ainda mais.

Fontes:
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/enem/dicas-de-como-comecar-a-estudar-para-o-enem-sozinho
https://epoca.globo.com/como-estudar-em-tempos-de-pandemia-24318249
https://en.unesco.org/covid19/educationresponse
https://educa.ibge.gov.br/criancas/brasil/2697-ie-ibge-educa/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e-celular-no-brasil.html
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ibge-35-7-dos-brasileiros-vive-sem-esgoto-mas-79-9-da-populacao-ja-tem-acesso-a-internet,70003077941

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