O que é Educação 4.0 e o que ela exigirá dos educadores?
23 de setembro de 2020
Será que a escola em seu modelo tradicional está apta para preparar os estudantes para o mundo globalizado e altamente tecnológico? Aliás, com a rapidez das mudanças ocorridas nele, você consegue definir exatamente o que esse mundo vai cobrar dos jovens? Antes de mais nada, as profissões serão as mesmas? A Educação 4.0 vem, justamente, para ajudar os educadores a encontrar as respostas dessas perguntas.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), no documento “Teaching for the Future – Effective Classroom Practices To Transform Education”, ensinar para o futuro é preparar os estudantes para trabalhos que ainda não foram criados. Ou seja, para tecnologias que ainda não foram inventadas, para resolver problemas que ainda não foram previstos.
O que é Educação 4.0?
A Educação 4.0 atua em concomitância com as necessidades da Indústria 4.0. Se antes os processos eram manuais e a revolução focava na industrialização, em contrapartida, hoje ela ocorre com a inserção de robôs. Assim como linguagem computacional, Internet das Coisas, Inteligência Artificial e outras tecnologias.
No contexto da educação, essa transformação envolve repensar o processo ensino- aprendizagem para estudantes nativos digitais. O que exige encarar as novidades como definitivas e não como um aspecto passageiro.
Na Educação 4.0, o destaque sai do é ensinado, para como é ensinado, levando em conta a contextualização do processo ensino-aprendizagem, trazendo experiência e continuidade. Os conteúdos seguem basicamente os mesmos e o que muda é a utilização de uma ensinagem que trabalhe com projetos e o protagonismo juvenil por meio de ferramentas digitais – questões altamente alinhadas com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
O futuro exige, ainda, a promoção de habilidades que possibilitem aos jovens não apenas se adaptar ao novo, como também participar ativamente da sociedade que será construída. A jornada da Educação 4.0, assim, deve prepará-los para aprender a aprender, comunicar, ouvir e serem empáticos, criativos, curiosos, terem iniciativa, estarem aptos a liderar, trabalhar em equipe, ou seja, competências e habilidades do século XXI.
Educação 4.0 nos recursos pedagógicos
Na prática, quais recursos pedagógicos podem ser aplicados para o desenvolvimento da Educação 4.0?
Computação em Nuvem: relacionado às tecnologias que permitem o acesso remoto aos arquivos armazenados na internet, possibilita aos estudantes e professores criar e editar documentos, armazenar e compartilhar à distância e em conjunto, sem a necessidade de instalar programas.
Inteligência Artificial: área das Ciências da Computação que busca produzir dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar. Ao passo que, na educação, possibilita o desenvolvimento de sistemas de tutoria inteligente, adequando exercícios e avaliações conforme cada perfil. Permite ainda, um aprendizado individualizado e personalizado com chatbots e informações instantâneas.
Internet das Coisas: em suma, é a conexão de qualquer dispositivo com um botão liga-desliga para a internet. Dentro da sala de aula, vários objetos trocam informações entre si e geram a comunicação entre dispositivos, professores e estudantes. Permitindo ainda a conexão com outras instituições e segmentos.
Jogos Digitais: na educação, podemos citar a gamificação e sua capacidade de renovar os processos e gerar interação e participação ativa.
Realidade Aumentada: imagine utilizar tecnologias de realidade aumentada para ensinar Geografia? O Google Maps permite dar uma incrementada nas aulas e transportar a todos para qualquer lugar do mundo, em um futuro próximo, com a utilização de óculos VR o desafio pode ser ainda mais interessante.
Redes 5G: já presente em alguns países, logo deve chegar ao Brasil. Com mais agilidade, possibilita adotar a educação digital e aprender sem restrição de espaço e tempo e em vários formatos.
Redes Sociais: como locais de interação social, podem funcionar como espaços de troca e entendimento do mundo, desde que acompanhados pelo educador e sempre aliados a checagem de fontes. O Twitter, nesse sentido, por sua rapidez e atualizações quase imediatas ao acontecimento dos fatos, pode gerar experiências e análises sobre coberturas jornalísticas, por exemplo.
Se tem algo que a pandemia mostrou a todos, nesse meio tempo, é que o futuro já começou. Definitivamente, não adianta mais postergar as transformações. É necessário treinar e capacitar os educadores para o fazer tecnológico, para que desenvolvam os conhecimentos e competências técnicas e, principalmente, virem a chavinha mental que insiste em crer que isso não é coisa para a educação.
Fonte: Habilitadores da transformação digital em direção à Educação 4.0.