Estudar para o ENEM: qual parte cabe ao professor e qual ao estudante?
3 de novembro de 2020
Motivados pela pandemia e consequências do isolamento social, o Ministério da Educação alterou as datas do Exame Nacional do Ensino Médio. Tradicionalmente ele ocorre no fim do ano, mas a edição de 2020 foi adiada. Agora, ela ocorrerá nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 para a versão impressa e 31 para a versão digital. As novas datas se aproximam e, nessa reta final, como fica o processo de estudar para o ENEM?
Estudar em casa já não é fácil, muito menos em meio ao medo de uma doença que isolou o mundo todo. Mesmo com a retomada das aulas presenciais, alguns estudantes podem ter seu rendimento afetado tanto pelas pressões emocionais de toda situação, quanto pela realidade de conexão do país.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 79,9% das residências no país possuem algum tipo de internet, fixa ou móvel. Entretanto, 98% desses acessos à rede é feito pelo celular, o que dificulta absorver certos aspectos de uma aula online e torna o estudante dependente da agilidade do sistema operacional do aparelho e da qualidade da rede móvel.
O que é possível fazer agora para remediar os prejuízos e garantir a confiança dos jovens em suas capacidades?
Estudar para o ENEM: parte dos estudantes
A melhor estratégia para essa reta final é definir prioridades. O estudante precisa entender exatamente quais são seus pontos fortes e fracos e partir deles para definir uma meta de estudos. Vale ressaltar que Redação e Matemática são as áreas que têm maior peso no exame. Então, é importante investir bastante energia nelas.
Ao estudar para o ENEM anote o que pensa e aprende. As pessoas tendem a se lembrar mais daquilo com que se engajam. Isso significa memorizar melhor conteúdos lidos, entendidos e reescritos de acordo com a ordem do seu raciocínio. À medida que você faz anotações, é mais provável que seu cérebro registre e, mais tarde, seja capaz de se lembrar do que aprendeu.
Outra ótima maneira de lembrar melhor o que se aprende é discutir o assunto com alguém. Grupos de estudo são ótimos para isso. Quando falamos sobre algo, não apenas temos mais ideias, mas as relacionamos com outros assuntos e contextos
Por fim, se ainda não se familiarizou com a estrutura do ENEM e o que ele realmente envolve, tanto em termos de conteúdo quanto de formato de pergunta, é hora para certificar-se que isso ocorra. Chegar para fazer o exame sem ter treinado o que ele é, costuma resultar em perda de tempo e nervosismo, refletindo diretamente no resultado obtido.
Estudar para o ENEM: parte dos professores
Uma pesquisa feita em junho ouviu mais de 33 mil jovens de todas as regiões do país e constatou que quase 30% pensa em abandonar os estudos quando a pandemia passar. E 49% dos estudantes que se preparavam para o ENEM admitiu a hipótese de desistir do exame. O acesso à tecnologia não foi listado como a principal dificuldade desse momento, mas sim o equilíbrio emocional e a capacidade de organização para estudar. Por isso, além de fornecer o conteúdo, prover exercícios, simulados e afins, nessa volta ao ensino presencial as escolas e professores podem ajudar em uma questão primordial para os jovens se darem bem no ENEM: confiança.
A participação efetiva dos estudantes vai depender da confiança deles no sucesso na prova. Aqueles que enfrentam dificuldades, se sentirem que não terão nenhuma chance, embora tenham se inscrito, provavelmente não comparecerão no dia da prova.
Promova espaços para ouvir e falar sobre as expectativas deles. Coloque-os para praticar autorreflexão sobre si mesmos, seus medos e anseios. Falar os ajuda a relaxar e fornece insumos ao educador para identificar os que estão em estado mais crítico e precisam de maior atenção.
Sempre lembre sua turma de que tudo vai dar certo, independente do resultado do exame, pois esse não os define. Sempre haverá outras oportunidades para todos serem extraordinários.