PNLD 2021 e a escolha do livro didático: entenda o Objeto 2
31 de março de 2021
Se você acompanha o blog da Editora do Brasil, já está por dentro de boa parte das novidades do Programa Nacional do Livro e do Material Didático – PNLD 2021. Já sabe, por exemplo, que a atual edição, voltada para o Novo Ensino Médio, foi formulada com base nas mudanças propostas para o segmento e no homologado pela Base Nacional Comum Curricular. A partir disso, a escolha foi dividida em cinco objetos. No Objeto 01 foram avaliadas e aprovadas as obras didáticas de Projetos Integradores e de Projeto de Vida.
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No Objeto 02, próxima escolha que se inicia, parte-se da ideia que a forma de pensar educação e conteúdo mudou, entram em análise as obras didáticas por áreas do conhecimento e as obras didáticas específicas. O que isso significa? Ao invés de várias disciplinas separadas por caixinhas, a BNCC e, portanto, o PNLD 2021, propõe que o conteúdo seja organizado por área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias; Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Dessa forma, os estudantes continuarão vendo os principais conteúdos acadêmicos necessários, porém, com uma visão integrada e interdisciplinar. O objetivo dessa reformulação nas obras do PNLD 2021 é promover uma trajetória escolar que faça mais sentido aos estudantes e viabilize os itinerários formativos, onde parte das aulas é comum a todos e parte escolhida por cada estudante entre Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas ou Ensino Técnico.
É importante ressaltar que no PNLD 2021 as escolas poderão optar pelos títulos que mais se assemelham às suas práticas pedagógicas. Isso significa que, independente de terem escolhido livros da editora A ou B durante o Objeto 1, no Objeto 2 ainda será possível adotar livros de editoras distintas e priorizar o que for melhor para sua instituição.
Obras didáticas por área do conhecimento
As obras didáticas por área do conhecimento deverão ser compostas pelo livro impresso e material digital do estudante (este último unicamente para Linguagens e suas Tecnologias, com coletânea de áudios), manual do professor impresso e material digital do professor (coletânea de áudios para Linguagens, obrigatória, e, facultativamente, videotutoriais para cada volume das coleções). Além disso, o conjunto dos seis volumes do livro do estudante deve abordar, de maneira equânime, todas as competências gerais, específicas e habilidades de cada área do conhecimento (com exceção de Língua Inglesa na área de Linguagens e suas Tecnologias).
Ao se abordar as habilidades e as competências específicas, deve ser explicitada a devida articulação delas com as competências gerais, os temas contemporâneos e as culturas juvenis, conforme indicado pela BNCC. É bom ressaltar que os volumes não serão sequenciais. Cada um deve, portanto, ser autocontido no que se refere à progressão das abordagens das habilidades e das competências gerais e específicas.
Obras didáticas específicas
Já as obras didáticas específicas, envolvem Língua Portuguesa; Língua Inglesa; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas em diálogo com a Matemática. Também devem ser compostas pelo livro impresso e material digital do estudante (este último apenas para Língua Inglesa, com coletânea de áudios), manual do professor impresso e material digital do professor (coletânea de áudios para Língua Inglesa, com caráter obrigatório, e facultativamente, os videotutoriais para cada obra). A obra específica de Língua Portuguesa, por exemplo, deve contemplar todas as habilidades e competências desta língua dispostas na BNCC, mas obrigatoriamente, utilizar materiais diferentes daqueles utilizados na obra de Linguagens e suas Tecnologias. Uma deve existir em complemento a outra, para finalidades de trabalho diversas.
Áreas do conhecimento favorecem interdisciplinaridade
A escolha do material didático é considerada fundamental para efetivar as mudanças do Novo Ensino Médio. Com a divisão por área do conhecimento, ganha-se a possibilidade de trabalhar a interdisciplinaridade de forma mais ágil, já que as próprias obras localizam o caminho. Assim como enxergar os diálogos entre os conteúdos e o dia a dia das juventudes, com o intuito de trabalhar com ênfase e de forma concreta essa relação.
Pensando ainda que o livro didático no Brasil é o principal recurso utilizado pelos professores para planejar e desenvolver suas aulas, conteúdos de apoio, como o Manual do Professor, também buscam auxiliá-los e estimulá-los a enfrentar, cotidianamente, o desafio de trabalhar por área de conhecimento a partir de vivências interdisciplinares que integrem. Ademais, reconhecem as diferenças entre os distintos campos de saber e de seus respectivos profissionais.