Semana de Arte Moderna de 22: comemore os 100 anos com uma aula criativa
22 de novembro de 2021
Em 2022, um dos eventos mais importantes para a cultura brasileira completa 100 anos: estamos falando da Semana de Arte Moderna. O evento, ocorrido entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, no Theatro Municipal de São Paulo, foi organizado por um grupo de intelectuais e artistas ilustres, como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, dentre outros grandes nomes, para, simbolicamente, romper com o conservadorismo das correntes literárias e artísticas da época. Um século depois, ele pode ser um excelente ponto de partida para uma aula criativa sobre todas as áreas do conhecimento.
Como o próprio nome indica, a estética do movimento é marcada pela ideia do moderno, criada em um processo antropofágico entre as heranças do Brasil e as correntes europeias. Naquela época, o país estava às vésperas do primeiro centenário de sua independência, mas a sociedade não havia mudado quase nada. O tradicionalismo perpetuava na movimentação artística, na expressão da realidade e do povo. Nessa história, a classe operária era socialmente excluída. A Semana de 22 e todo o modernismo em si mudaram essa perspectiva, ao mostrar a cultura brasileira buscando a sua raiz nas mais variadas formas de expressões. Ou seja, foi criatividade na sua mais pura essência e que pode inspirar a sua aula criativa também.
Como usar os 100 anos da Semana de Arte Moderna para tornar sua aula mais criativa?
Além de estudar o movimento, suas estruturas e consequências, é interessante levar os alunos a considerarem as produções artísticas de então, envolvendo-se com grandes questões. Por exemplo: “como o estilo de pintura foi além do que um artista poderia ver até ali?” Ou, “como a literatura ressignificou as formas de pensar?”. A ideia é chegar até perguntas mais pessoais sobre as paixões que a própria turma tem, se sentem que essas ideias precisam mudar ou evoluir.
Uma outra proposta para aula criativa é ensinar usando mídia visual e, em seguida, pedir que criem um vídeo de reflexão sobre o que aprenderam, ampliando seus conhecimentos e os localizando no presente. O importante é trazer o moderno e a inventividade como instrumento de trabalho, para olhar os 100 anos da Semana de Arte Moderna não como algo que ficou para trás, mas algo que está enraizado em nós e guia em direção a novos movimentos.
Aula criativa com o apoio da literatura
A Editora do Brasil tem duas dicas perfeitas para a sua aula criativa: começando pela obra “Uma semana inesquecível”, de autoria de Mércia Maria Leitão, Neide Duarte e ilustrada por Arielle Martins, que é indicada para o trabalho com turmas a partir do 4º ano do Ensino Fundamental. O livro aborda, interdisciplinarmente, Arte, Língua Portuguesa, Cultura Popular, Memória, Música e Literatura. É ideal para atividades e projetos para o Dia da Literatura Brasileira, Dia Nacional das Artes e Dia Mundial da Liberdade de Pensamento, além, é claro, do Centenário da Semana de 1922. Nele, as autoras recuperam algumas das personalidades e dos momentos que fizeram desta uma semana inesquecível, com direito a um passeio por pinturas, esculturas e atividades – um mergulho nesse acontecimento artístico.
A outra dica é o livro “Nasci em 1922, ano da Semana de Arte Moderna”, escrito por Fabiano Moraes e ilustrado por Luciano Tasso. A obra aborda as mesmas temáticas, mas em uma história indicada para turmas a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Além do Dia da Literatura Brasileira, ela também pode gerar ótimas discussões no Dia Nacional do Escritor e no Dia da Ciência e Tecnologia. Nesse livro, os objetos de um museu falam, e Manuela, a máquina de escrever de Mário de Andrade, conta como tudo ocorreu no grande evento. Trata-se de uma narrativa criativa e instigante, especialmente elaborada para os jovens leitores conhecerem ainda mais esse acontecimento que mudou o Brasil.