Saúde mental na escola: quão esgotado você está, docente?
12 de julho de 2022
A síndrome do burnout ou síndrome do esgotamento profissional é um tema comumente debatido quando se fala de saúde mental na escola. Foi definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional e, com a pandemia e todas as suas situações estressantes, os casos de professores sofrendo de burnout podem aumentar e a falta de clareza tornaria mais difícil encontrar soluções.
Embora cada caso de estresse de professores seja único, com causas e sintomas diferentes, existem certos indícios que podem ajudar a ver o quão estão esgotados e, a partir daí, pensar o que fazer para superar.
O estudo Burnout: The Devastating Impact on a New Teacher, desenvolvido na Florida Atlantic University traçou em uma estrutura de quatro estágios o processo de burnout, além de sugerir um caminho para toda comunidade escolar. Confira abaixo:
Saúde mental na escola:
Nível 1
Neste estágio, chamado de apaixonado, mas oprimido, esta paixão é o que pode levar ao esgotamento. Já que ao se importar demais, o comprometimento incentiva a trabalhar mais e a assumir mais tarefas. O excesso, gradualmente leva ao ciclo de esgotamento.
Alguns sintomas são:
- Sentimentos de insuficiência (“não sou bom o suficiente”);
- Vícios ou hábitos pouco saudáveis;
- Não há outras paixões ou hobbies além do trabalho.
Para quem se identificou, é hora de empregar forças em enfrentamentos positivos e proativos, buscando vida fora da escola, enxergando-se como um ser social e não funcional.
Nível 2
Enquanto no primeiro nível a paixão é o estopim, aqui há uma variedade de sentimentos e pode ser a primeira vez que sinta realmente a exaustão. Neste ponto, você começa a assumir uma carga de trabalho incontrolável e em vez de ver os resultados esperados (salário mais alto, cargas mais fáceis, menos papelada, resultados positivos nas avaliações e exames, etc.), percebe que recebe mais trabalho e responsabilidades. É quando o professor estressado começa a questionar sua relação com a profissão.
Alguns sintomas são:
- Altos níveis de estresse;
- Irritabilidade no trabalho e em casa;
- Levar trabalho para casa e não concluí-lo;
- Sensação de falta de tempo para vida pessoal;
- Por fim, culpa por não fazer o suficiente.
Neste estágio é recomendado um mentor preocupado com a saúde mental na escola. Um gestor para ajudá-lo a gerenciar as responsabilidades, bem como, um profissional da área da saúde para atuar na redução dos sentimentos de estresse e cinismo.
Nível 3
Aqui é quando você pode sentir que é impossível ser um bom professor. Continua-se assumindo muitas tarefas, mas já sem a sensação de que isso tem propósito. Essa sensação pode seguir para casa, impactando o tempo fora do trabalho.
Alguns sintomas são:
- Isolamento dentro e fora do trabalho;
- Sentimentos de que tudo e todos estão contra você, tentando tornar seu dia mais difícil;
- Sentimentos de que nenhum objetivo será alcançado;
- Apatia por se envolver em desenvolvimento profissional.
Aqui, mais do que nunca, é necessário a redução de funções e apoio à saúde mental por profissionais da área.
Nível 4
O nível 4 é o mais perigoso, quando o esgotamento pode levar a crises com consequências sérias para a saúde física e mental. Pode ser resumido como o modo de sobrevivência e só há duas opções para lidar com ele: sair ou restaurar sua paixão por si mesmo e por ensinar.
Alguns sintomas são:
- Sentimentos de exaustão diários, inclusive em período de descanso;
- Aumento drástico de dias doentes física e mentalmente (de gripes a depressão e ansiedade);
- Falta de otimismo para a carreira e a vida pessoal.
É vital agir antes que seja tarde demais, ou seja, priorizar buscar propósitos para si mesmo e qualidade de vida. Seja em tratamento psicológico, exercícios físicos ou qualquer tarefa que te dê prazer. Todo o resto se conserta depois, saúde mental na escola e em casa são prioridades!
Fonte: Burnout: The Devastating Impact on a New Teacher;
How Burned Out Are You? A Scale For Teachers.