O que é a transposição didática e como ela afeta sua sala de aula?

19 de setembro de 2022


Você já ouviu falar sobre o que é a transposição didática? O nome complicado se trata de um processo importante e que afeta diretamente sua prática didática. 

O termo foi criado e discutido a primeira vez em 1975 pelo sociólogo Michel Verret e rediscutido por Yves Chevallard em 1985, teórico da educação Matemática que originalmente a aplicou a essa disciplina e que destacou o fato de que o que é ensinado na escola tem origem em outras instituições, construído em práticas concretas e organizado em conjuntos particulares de objetos.

No caso de qualquer área do conhecimento, o ensinado, as práticas e os saberes propostos em uma escola têm origem no que se chama de saber escolar, geralmente produzido em universidades e outras instituições acadêmicas, bem como de uma variedade de práticas sociais.

Para Chevallard, para chegar à escola, o trajeto feito pelo saber científico é simplificado em transformações que pretendem convertê-lo em objeto de estudo escolar, mas é preciso evitar que essa simplificação retire o foco do conteúdo, incidindo em erros e danos do tipo. 

Assim, podemos entender que a transposição didática é um processo em que o conhecimento científico passa por transformações para ser adequado a um nível menos técnico e acessível a alunos não especializados no tema. Necessário, não?

 

O que é a transposição didática?

O processo de transposição didática abrange as transformações que o conhecimento sofre desde o momento em que é produzido, colocado em uso, selecionado e projetado para ser ensinado até ser efetivamente introduzido em uma determinada instituição de ensino.

É de fundamental importância que o professor, como participante ativo da transposição didática, pense em como melhor fazê-la, por exemplo, levando em consideração as características dos alunos de sua sala de aula, o que inclui:

  • as diferenças socioeconômicas;
  • tipos de desenvolvimento e as dificuldades de aprendizagem,;
  • a diversidade cultural; e
  • o número de alunos. 

A dica é fazer perguntas em relação ao conhecimento que levará para a aula:

  • O que vai ensinar?
  • Para que vai ensinar?
  • Como vai ensinar?
  • E como adaptar o conhecimento ao nível dos alunos?

Ao transformar esse conhecimento, deve-se evitar que seja distorcido ou apresentado de forma muito ampla, fazendo com que a essência do conteúdo seja perdida. É primordial evitar contradizer o conhecimento científico do qual se origina. Também é importante estar atualizado, já que a ciência avança rapidamente e informações erradas podem recorrer em fake news. 

Fonte: A Transposição Didática: a passagem do saber científico para o saber escolar; Didactic transposition: characteristics of this teaching process.

Revista Arco43 - 7º

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