Carnaval: como trabalhar o tema em sala de aula?

17 de fevereiro de 2023

O carnaval que conhecemos tem origem na miscigenação de diferentes culturas, credos e religiões. Datado de séculos antes de Cristo, o evento sempre trouxe alegria e festividade entre povos e raças.

Por ser um dos maiores exemplos de diversidade cultural, trabalhar o carnaval em sala de aula fortalece a criatividade e o contato entre os estudantes. Para isso, vamos entender sua origem e como explorar o tema em sala de aula.

O carnaval no Brasil e suas origens

O carnaval tem origem em festejos pagãos dos povos egípcios, hebreus, gregos e romanos. Para alguns deles, essas festas representavam dias de celebrar as colheitas e agradecer aos deuses pela abundância e pelas bênçãos trazidas à comunidade.

Os romanos saíam pelas ruas dançando, assim como acontece no carnaval brasileiro que conhecemos hoje. Na época, eles comemoravam em nome de Saturno, considerado o deus da colheita. Escravos e romanos aproveitavam os dias de folga juntos, e as escolas e os comércios não abriam.

Na Idade Média, a Igreja Católica adotou algumas dessas festividades ao buscar incluir esses povos na religião cristã, o que gerou o sincretismo religioso. Os dias de alegria passaram a ser a despedida da liberdade e da carne para os 40 dias de reclusão e oração propostos pela Quaresma.

No Brasil, o carnaval teve origem na colonização e na mistura de costumes de diversas nações. Mas foi em 1950 que as marchas carnavalescas surgiram e animaram as danças e caminhadas pelos bairros, hoje conhecidas como “blocos de rua”.

As marchinhas foram criadas como complemento aos desfiles das escolas de samba, que surgiram na década de 1920, nos subúrbios do Rio de Janeiro. Na década de 1930, iniciaram-se os primeiros campeonatos entre as escolas, que se tornaram um atrativo para o turismo e o momento mais aguardado do ano entre os brasileiros.

As festas que vemos e vivemos na atualidade também são fruto da tradição nordestina das “Folias de Reis”. Trata-se de uma festa folclórica, de origem portuguesa e espanhola, que acontece entre o final de dezembro e o início de janeiro em comemoração à visita dos Três Reis Magos a Jesus, de acordo com a Igreja Católica.

Como trabalhar o carnaval em sala de aula?

As datas comemorativas podem estimular o desenvolvimento das competências socioemocionais, a criatividade e o interesse sobre a História do Brasil. Ao incluir o carnaval no plano de aula, pense em formas de estimular a curiosidade dos estudantes dentro e fora do ambiente escolar.

Considerando o ensino híbrido, desenvolva um questionário para que cada um dos alunos pesquise sobre o tema a fim de responder às perguntas. Em sala de aula, separe alguns minutos de conversa para os estudantes compartilharem tudo o que encontraram acerca do assunto.

Também convém falar sobre reciclagem ao se trabalhar o carnaval na escola. Muitos dos carros alegóricos são construídos com garrafas PET, jornais, sobras de tecidos e muitos outros materiais que podem ser reutilizados. Por isso, este é o momento perfeito para falar sobre a importância do cuidado com o meio ambiente.

E não podemos nos esquecer da importância da música nos desfiles e blocos de rua. Como vimos, as marchas carnavalescas começaram a aparecer nos anos 1950 e, desde então, deram o tom das festas!

Ensino por meio das marchas carnavalescas

Em 1899, Chiquinha Gonzaga dedicou a sua composição Ó Abre Alas para o cordão carioca Rosa de Ouro. A marchinha, inspirada nos ritmos e nas coreografias da cultura africana, tornou-se um marco da história do carnaval, já que motivou o uso de músicas durante o evento.

Assim como a composição de Chiquinha, Antônio André de Sá Filho cria, por volta da década de 1930, Cidade Maravilhosa, uma das primeiras marchas carnavalescas a fazer muito sucesso. Ela foi composta em homenagem à cidade do Rio de Janeiro, com o objetivo de aumentar o turismo na região. Hoje, a canção é tida como o hino da cidade, sendo conhecida mundialmente.

Contar as histórias e a importância das marchinhas também é uma maneira de desenvolver a sensibilidade à música entre crianças e jovens. O contato com essa arte aprimora o raciocínio lógico, aflora a criatividade e encoraja a expressão dos sentimentos.