Iniciativas contra o bullying e a violência nas escolas: como proteger nossas crianças

3 de outubro de 2024


O ambiente escolar deve ser um lugar de aprendizado, crescimento e, acima de tudo, de segurança. No entanto, a realidade muitas vezes contraria essa expectativa, com episódios de bullying e violência nas escolas, prejudicando o bem-estar físico e psicológico de muitos estudantes.

Neste artigo, discutiremos estratégias e iniciativas que podem ser implementadas pelas instituições para prevenir e combater essas práticas, incluindo a nova legislação com medidas anti-bullying, que traz mudanças importantes para a sociedade.

O papel da conscientização no combate ao bullying

O primeiro passo para enfrentar o bullying e a violência nas escolas é a conscientização. Muitas crianças não têm plena noção de que suas ações podem causar dano emocional a outros colegas. É fundamental que se desenvolva uma cultura de não-violência, criando um ambiente inclusivo e empático.

Em sala de aula, os professores devem esclarecer que a violência vai além da agressão física. O bullying pode se manifestar de diferentes formas: violência psicológica, social, e, mais recentemente, o cyberbullying. Ao explorar esse tema, mostre que comportamentos como provocações, exclusão e humilhação não são engraçados, e podem ter consequências sérias.

Por oferecer exemplos que ilustram essas situações, a literatura é uma grande aliada. No livro “Jogo Duro”, Nildo, um menino esforçado, sofre com as provocações constantes de seus colegas e, embora isso afete seu desempenho escolar, ele encontra apoio em pessoas que o ajudam a superar essa fase. Já em “Entre Silêncios e Gestos”, Marcel, um garoto com uma leve deficiência, encontra no teatro uma forma de lidar com as provocações. Essas histórias permitem que os alunos reflitam sobre as consequências do bullying e como a solidariedade pode transformar vidas.

O impacto da Lei nº 14.811/2024

Em 2024, a Lei nº 14.811 trouxe importantes avanços no combate ao bullying e ao cyberbullying. Essa legislação, que passou a reconhecer essas práticas como delitos no Código Penal, estabelece penalidades que vão desde multas até a reclusão de 2 a 4 anos para crimes de cyberbullying. A lei também define o bullying como intimidação sistemática, seja física ou psicológica, realizada de maneira intencional e repetitiva. Isso abrange desde atos de violência física até humilhações verbais e discriminação.

A criminalização do bullying e cyberbullying envia uma mensagem clara à sociedade: essas práticas não são meras brincadeiras, mas agressões que causam danos profundos e que devem ser tratadas com seriedade. Para os educadores, é importante estar ciente dessa nova legislação e aplicá-la em situações reais dentro das escolas.

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Estratégias de prevenção e ação nas escolas

Além de dominar a legislação, é fundamental que as escolas implementem ações preventivas e corretivas para lidar com o bullying. Uma das estratégias mais eficazes é criar um ambiente em que os alunos se sintam seguros para denunciar casos de agressão sem medo de retaliações. Para isso, é importante:

  1. Desenvolver programas educativos: atividades de conscientização, palestras e discussões em grupo sobre bullying devem fazer parte do currículo escolar.
  2. Formar comissões de prevenção: equipes multidisciplinares que envolvam psicólogos, pedagogos e professores para monitorar o ambiente escolar e apoiar tanto as vítimas quanto os agressores, oferecendo o acompanhamento necessário.
  3. Promover o diálogo: quando casos de bullying forem identificados, conversar com a vítima e o agressor, oferecendo suporte psicológico e envolvimento da família. Evitar frases que culpabilizam a vítima, como “fazem isso porque você deixa”, ajuda a não agravar a sensação de impotência e culpa.
  4. Aplicar medidas disciplinares: em casos mais graves, como a reincidência de comportamentos agressivos, medidas disciplinares, como advertências e, se necessário, suspensões, devem ser aplicadas em conformidade com o regimento escolar e a nova legislação.

A importância de denunciar e combater a violência nas escolas

Incentivar a denúncia é fundamental, seja na escola ou em plataformas digitais, pois apenas com provas e relatos consistentes as autoridades poderão tomar as medidas necessárias. A luta contra o bullying e a violência nas escolas é contínua, e cabe a todos — educadores, alunos, famílias e sociedade — trabalhar juntos para criar um ambiente escolar saudável e inclusivo. 

A nova legislação é um marco importante nessa jornada, mas é por meio da conscientização, do diálogo e da empatia que conseguiremos prevenir e combater essas práticas, garantindo que nossas crianças cresçam em ambientes livres de violência.

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