Reforma do Novo Ensino Médio: o que muda com a aprovação?

22 de janeiro de 2025


Sancionado pelo presidente Lula, o Novo Ensino Médio amplia a carga horária de disciplinas obrigatórias

Após nove meses da chegada do projeto original do Ministério da Educação ao Congresso e uma longa tramitação, a reforma do Novo Ensino Médio, debatida desde 2017, foi aprovada.

Em primeiro de agosto, quando o presidente Lula sancionou a Lei 14.945/24, que estabelece alterações no Novo Ensino Médio (NEM) com implementação a partir de 2025, concretizou-se o resultado de debates que não avançavam no Congresso Federal desde 2023 e que incluíram diversas audiências públicas e até um processo formal de consulta pública de que todos os brasileiros puderam participar. O novo modelo resulta da disputa entre visões distintas de Estado e educação, mobilizando educadores, gestores, políticos e empresários.

Apesar dos desafios, as novas diretrizes buscam dar mais autonomia aos alunos, prepará-los melhor para o mercado de trabalho e promover uma formação mais integral e personalizada. Para que a reforma seja bem-sucedida, é fundamental que escolas, professores, alunos e toda a comunidade escolar estejam envolvidos e comprometidos com esse processo de transformação.

Novo Ensino Médio: como vai funcionar?

O projeto aprovado manteve sua essência, que era ampliar a parcela de conteúdos da formação básica curricular – as disciplinas tradicionais, como Português, Matemática, Física, Química, Biologia, Inglês, História e Geografia –, e prevê a ampliação nos três anos da última etapa do ensino básico, com período de transição para quem estiver com o Ensino Médio em andamento. Além disso, o Ensino Médio poderá ser oferecido em comunidades indígenas, na língua nativa de cada povo. Mas o que muda, na prática, com essa reforma? Confira:

1- Carga horária ampliada

Uma das principais mudanças é a ampliação da carga horária. Antes, o Ensino Médio exigia 2.400 horas totais ao longo dos três anos. Com a reforma, esse número aumenta para 3.000 horas, o que corresponde a 1.000 horas por ano.

2- Divisão em itinerários formativos

Uma das inovações mais marcantes da reforma é a introdução dos itinerários formativos, que representam uma flexibilização do currículo. Agora, os alunos podem escolher parte de suas disciplinas, conforme seus interesses e planos para o futuro. Os itinerários estão divididos em cinco áreas:

  •  Linguagens e suas tecnologias
  • Matemática e suas tecnologias
  • Ciências da natureza e suas tecnologias
  • Ciências humanas e sociais aplicadas
  • Formação técnica e profissional

Portanto, essa mudança permite que os estudantes personalizem sua trajetória, aprofundando-se em áreas específicas de acordo com suas aptidões e metas profissionais ou acadêmicas.

3- Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

A BNCC continua a ser parte fundamental do currículo, mas agora corresponde a 60% da carga horária total. Todos os alunos têm que cumprir essas disciplinas obrigatórias, que incluem Português, Matemática e outras matérias essenciais. Os outros 40% da carga horária são dedicados aos itinerários formativos escolhidos pelo aluno, que permitem a personalização e o aprofundamento em áreas específicas.

4- Ensino técnico e profissionalizante

Com o Novo Ensino Médio, há uma maior ênfase no ensino técnico e profissionalizante. Os alunos que optarem por esse itinerário formativo poderão se preparar para o mercado de trabalho ainda durante o período escolar, obtendo qualificação profissional. A reforma incentiva a oferta de cursos técnicos que permitam uma entrada mais rápida e qualificada no mercado, atendendo à demanda por profissionais capacitados em diversas áreas.

5- Projeto de vida

Outro aspecto importante da reforma é a introdução do conceito de “Projeto de Vida”, que visa ajudar os estudantes a refletirem sobre seus objetivos pessoais e profissionais e a desenvolverem habilidades socioemocionais. Com essa iniciativa, as escolas são incentivadas a proporcionar atividades que ajudem os alunos a identificarem seus talentos, interesses e potencialidades, contribuindo para um planejamento mais consciente e estruturado de sua trajetória futura.

6- Desafios e implementação gradual

A implementação do Novo Ensino Médio vem sendo feita de forma gradual, e há muitos desafios a serem enfrentados. Algumas escolas ainda enfrentam dificuldades para adaptar a infraestrutura necessária e para capacitar os professores para essa nova realidade. Além disso, há questionamentos sobre a real capacidade de todas as instituições de ensino oferecerem todos os itinerários propostos, o que pode limitar a liberdade de escolha dos alunos, especialmente em regiões mais carentes.

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