Afinal, como encarar os Itinerários formativos?
7 de julho de 2020
O Novo Ensino Médio, ao lado da BNCC, busca implementar diversas alterações nessa etapa de ensino, que se torna muito mais dinâmico e integrador. Um desses novos elementos que devem ser considerados pelos professores são os Itinerários formativos – o que vem causando certa confusão à classe.
“São eletivos?”, “como o jovem escolherá o seu Itinerário?” “Qual a diferença dos Itinerários para uma aula convencional?” – essas e muitas outras perguntas podem se passar pela cabeça de muitos professores. O questionamento é natural: toda mudança leva tempo para se tornar um hábito que dispensa explicações. Até lá, questionar a estrutura, sua metodologia e a razão de existir dos Itinerários formativos não é nada mais do que o esperado.
Para te ajudar nessa tarefa, a Editora do Brasil traz para você, educador, um apanhado dos pontos mais importantes quando pensamos em Itinerários para os jovens do Ensino Médio; confira!
Afinal de contas, o que são Itinerários formativos?
Quando pensamos numa escola regular de Ensino Médio, pensamos numa carga horária de 1.600 horas distribuídas ao longo dos três anos do ciclo.
A Reforma do Ensino Médio propõe que essa etapa do ensino passará a possuir 3.000 horas totais, sendo 60% delas, isto é, 1.800 horas, destinadas ao ensino com base nas competências e habilidades propostas pela BNCC. Já os outros 40% (1.200 horas) serão destinadas inteiramente aos Itinerários formativos.
Para começar a compreendê-los, o que precisa ser assimilado é que, com a BNCC, devemos começar a encarar o ensino dos jovens por áreas de conhecimento, e não apenas por disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa ocuparão 60% do Ensino Médio. Os outros 40%, que serão os Itinerários, serão abordados em forma de áreas de conhecimento. Em entrevista à 3ª edição da Arco43 em Revista, o Diretor Institucional Pedagógico do Colégio Visconde de Porto Seguro, Carlson Toledo comenta que “esse é o principal desafio dos professores. Eles estão acostumados a trabalhar de uma forma onde o professor de biologia ensina apenas biologia, e assim por diante. Isso vai ter que mudar. O que se precisa compreender, agora, é que esse professor, por exemplo, deve se comportar como profissional que ensina Ciências da Natureza, e não uma matéria separada”.
Vamos manter o exemplo das Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Nela, o estudante, que já terá Língua Portuguesa, Matemática e Língua Inglesa em 60% de sua carga horária, terá aprofundamentos em Química, Física e Biologia, apresentadas de maneira integrada dentro do Itinerário Ciências da Natureza e suas Tecnologias.
Existem, ao total, cinco Itinerários formativos: Matemática e suas Tecnologias, Linguagens e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e o Ensino Técnico Profissionalizante, pautado nos desafios do mundo profissional contemporâneo. Considerando as 1.200 horas dedicadas aos Itinerários, já fica implícita a maior das novidades do Novo Ensino Médio: o estudante escolherá qual Itinerário quer seguir.
À primeira vista, pode parecer estranho e incongruente o jovem, com menos de 18 anos, optando no próprio currículo escolar. Entretanto, a ação traz diversos benefícios para o estudante.
Primeiramente para a vida acadêmica: o estudante escolherá o Itinerário que apresenta proximidade com seus objetivos profissionais e com os temas com que tenha afinidade, fazendo com que os estudos sejam mais prazerosos. Já um dos benefícios para a vida pessoal é o desenvolvimento da autonomia. “A escola tem como dever a aprovação de ações que alimentem o repertório intelectual do estudante. A escolha leva à autonomia. O simples fato de poder fazer as próprias escolhas ainda no Ensino Médio, tornará o jovem muito mais seguro na hora de seguir sua carreira profissional”, lembra Carlson.
O texto da Reforma do Ensino Médio prevê que cada escola ofereça pelo menos duas opções de Itinerários aos estudantes. Em escolas de tempo integral, é possível que o estudante opte por mais de um deles, uma vez que a carga horária é, naturalmente, maior.
Até que todas essas mudanças sejam implementadas e todos já tirem de letra esse novo modelo de ensino, é preciso que os professores e coordenadores não economizem em formações continuadas. É preciso que o coordenador escolar acompanhe de perto essas mudanças e forneça apoio à sua equipe de docentes. Uma dessas opções de formações é o Educa Brasil, da Editora do Brasil – em formato EAD, a formação busca traçar um panorama dos fundamentos teóricos do Novo Ensino Médio até os desafios da sua implementação no dia a dia. Vale a pena conferir!
Além disso, é muito recomendável que os professores considerem as possibilidades de integração entre as disciplinas (componentes curriculares) e áreas de conhecimento, trabalhando temas transversais que abordam todas as habilidades esperadas do estudante.
Essa abordagem, mais do que ir ao encontro do que defende a BNCC, faz com que o aluno consiga encarar problemas – sejam os propostos pelos professores ou os que encontrará ao longo da vida – sob diversas óticas e pontos de vista. Também traz benefícios para o professor, que treina o trabalho a partir de uma área de conhecimento, e não apenas por uma disciplina, assim como abre os horizontes do profissional, entregando novas possibilidades de trabalho e de metodologias. Nós já divulgamos um texto sobre projetos integradores e interdisciplinares. Para saber mais sobre, é só clicar aqui.
Já se quiser se aventurar por todas as mudanças propostas pelo Novo Ensino Médio, acesse agora mesmo a 3ª edição da Arco43 em Revista – é só clicar no banner abaixo!
Fontes:
https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/o-que-sao-os-itinerarios-normativos-do-novo-ensino-medio/#:~:text=No%20texto%20da%20reforma%20aprovado,e%20Forma%C3%A7%C3%A3o%20T%C3%A9cnica%20e%20Profissional.
https://conteudo.editoradobrasil.com.br/arco-43-edicao-03