Boas práticas do volta às aulas 2021
23 de fevereiro de 2021
Aos poucos, a volta às aulas nas escolas no Brasil e do mundo está acontecendo. Com a pandemia, muitos são os desafios a se pensar. No país, alguns manterão o ensino remoto, outros buscarão formas de atender presencialmente, e muitos devem apostar no modelo de ensino híbrido, mesclando as duas modalidades. De acordo com o definido em uma resolução de dezembro de 2020, pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), a autonomia de cada localidade é garantida. Entretanto, as escolas devem, pelo menos no Ensino Fundamental e Ensino Médio, cumprir a carga horária mínima de 800 horas anuais. Pode-se, também, aumentar os dias letivos e a carga horária do ano letivo de 2021 para cumprir, de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos em 2020.
É possível que 2021 seja ainda um ano atípico e que a recuperação se estenda para 2022. Desta forma, ainda segundo o Conselho Nacional de Educação (CNE), as escolas devem se preparar para avaliar o aprendizado dos estudantes e planejar a recuperação dos conteúdos. Ou seja, o grande desafio é retomar, ao menos o essencial, o que não foi aprendido em 2020, sem deixar de ensinar o conteúdo já previsto para este ano.
Exemplo de volta às aulas
O Colégio Visconde de Porto Seguro já teve sua volta às aulas presenciais para os estudantes autorizados pelos responsáveis. Os que optaram por ficar de forma remota, as atividades têm ocorrido online. Assim, para dar início ao semestre da melhor forma possível, com todos em sinergia, primeiro o Colégio realizou uma série de encontros digitais com todas as famílias. A ideia era informar a comunidade escolar sobre as diretrizes para o ano letivo, ou seja, sobre todas as questões pedagógicas e também os protocolos de saúde que serão seguidos na retomada presencial.
Em se tratando das ações em conjunto com toda a comunidade escolar, a preocupação foi de desenvolver espaços dedicados ao diálogo, à convivência e à colaboração das famílias, dos estudantes e professores. Inclusive, no final de 2020, os Comitês de Pais, Alunos e o Fórum de Professores apresentaram ideias e sugestões que estão contribuindo para as ações do Colégio neste início de 2021. O trabalho da inteligência socioemocional também vem sendo reforçado. “Não há educação sem vínculo. E esta é uma ação que se dá e faz entre uns e outros, cuidando um dos outros. É preciso promovermos vivências”, afirma Silmara Casadei, Diretora Geral Pedagógica. Além disso, em março, todo o colégio fará uma revisão de planejamento, que irá variar de acordo com as fases que a cidade de São Paulo estará.
Ensino híbrido
Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), cerca de 44 milhões de crianças e adolescentes passaram da sala de aula para o ambiente online devido à pandemia em 2020 no Brasil. Destes, 5,5 milhões não conseguiram continuar o aprendizado em casa, abandonando os estudos. Justamente por esse cenário, apostar no ensino híbrido não é tão simples. Exige planejamento, cautela e revisão da estrutura, para que a motivação dos discentes seja sempre garantida. No Porto Seguro, para esse volta às aulas atípico, a aposta foi feita com base na utilização da tecnologia para melhorar a experiência. O resultado é a “Sala Híbrida”, montada com diversos equipamentos, que possibilita projetar a imagem dos estudantes que estão em casa na sala de aula onde estão os outros, em formato presencial.
Protocolos de saúde e segurança
Independentemente de totalmente presencial ou híbrido, o retorno em qualquer escola depende da garantia de medidas básicas, como:
- uso obrigatório de máscara;
- lavar frequentemente as mãos ou higienizar com álcool em gel 70%;
- não cumprimentar com aperto de mãos, beijos e abraços;
- respeitar o distanciamento de pelo menos 1 metro;
- não compartilhar objetos de uso pessoal;
- constante higienização de superfícies;
- fornecer alimentos e água potável de modo individualizado;
- manter os ambientes bem ventilados com as janelas e portas abertas, evitando o toque nas maçanetas e fechaduras.
Em entrevista à Agência Brasil, o conselheiro do CNE Mozart Ramos, apontou que um ponto central em todos os pareceres do órgão é a questão sanitária. Ou seja, é preciso que autoridades sanitárias de saúde locais digam se de fato há condições ou não do retorno às aulas presenciais, de acordo com a evolução ou não da pandemia. Ramos acredita que planejamento será algo fundamental durante todo o ano e é onde os gestores das escolas agora poderão fazer uma enorme diferença. Para ele, outro ponto importante é o trabalho de acompanhamento da saúde mental de estudantes e professores.