Como desenvolver competências e habilidades do século XXI usando o Projeto de Vida?
26 de agosto de 2020
Em uma sociedade cada vez mais conectada e exigente, quais são as competências e habilidades para o século XXI, que o dia a dia cobrará dos estudantes? Criatividade e capacidade de trabalhar em equipe? Pensamento crítico e liderança? Domínio das tecnologias digitais?
Para a UNESCO (2015, p.15), essas competências devem visar empoderar estudantes “para que eles se engajem e assumam papéis ativos, tanto local quanto globalmente, para enfrentar e resolver desafios globais e, por fim, contribuir de forma proativa para um mundo mais justo, pacífico, tolerante, inclusivo, seguro e sustentável”.
Dessa forma, as competências e habilidades para o século XXI variam de nação para nação, de vivências para vivências. Não há nenhum modelo “padrão” para a implementação. Em países onde há conflitos intensificados ou em contextos pós-conflitos, a educação para a cidadania global considera a educação para a paz. Já na Ásia, ela inclui ser uma boa pessoa e um bom cidadão, por exemplo.
Na realidade do Brasil, como poderia se dar o trabalho com essas competências e habilidades?
Competências e habilidades do século XXI para pensar o futuro
Se a educação para a cidadania global pode ser aplicada de diferentes formas e em diferentes contextos, ao mesmo tempo, ela tem competências em comum em todas essas aplicações. A primeira delas é capacitar os estudantes para uma atitude apoiada por um entendimento de múltiplos níveis de identidade. Assim como, para o potencial de uma identidade coletiva que transcenda diferenças culturais, religiosas e étnicas.
Em seguida, capacitá-los para um conhecimento profundo de questões globais e valores universais, como justiça, igualdade, dignidade e respeito. Além de habilidades cognitivas para pensar de forma crítica, sistêmica e criativa. Isso inclui a adoção de uma abordagem de multiperspectivas que reconheça os variados ângulos das questões.
Por fim, habilidades não cognitivas, incluindo habilidades sociais, como empatia e resolução de conflitos. Sem esquecer das habilidades de comunicação e aptidões para networking e para a interação com pessoas de diferentes contextos, origens, culturas e perspectivas.
Tudo isso pode e deve ser trabalhado por meio do Projeto de Vida.
Projeto de Vida
O Projeto de Vida representa o pensar no futuro por meio do que o estudante quer ser e fazer em sua vida, bem como aprender as possibilidades de alcançá-lo. Em um amplo sentido, é o caminho de conscientização das trilhas de aprendizagem, valores, competências e, também, das dificuldades que podem ser encontradas ao decorrer do processo.
O Novo Ensino Médio torna obrigatório que ele seja trabalhado em sala de aula e desenvolva habilidades como cooperação, saber defender ideias, entender tecnologias, compreender, respeitar e analisar o mundo ao redor.
Não se trata de uma disciplina isolada, mas sim de um processo de aprendizagem que enfoca não apenas o que os estudantes aprendem, mas como aprendem, porque aprendem e em variados campos. Esses podem incluir orientação vocacional e profissional, preparação para o mundo do trabalho, além de atividades para trabalhar a capacidade de definir objetivos para a vida pessoal, acadêmica, profissional e cidadã. Assim, todos podem aprender a se organizar para alcançar suas metas, exercitarem a determinação, a perseverança e a autoconfiança para realizar projetos presentes e futuros.
Dentro do Projeto de Vida e suas aplicações, o professor pode trabalhar as competências e habilidades para o século XXI ao encorajar uma postura questionadora e abrir espaços para que os discentes possam expor o que sabem sobre os assuntos debatidos.
Além disso, é oportuno gamificar as aulas e incentivar que todos participem dos desafios. Nesse processo, o professor é um facilitador, responsável por gerir, dar o feedback e ajudar a todos a compreender os próprios processos de aprendizagem.
É cabível gerar identificação, ensinando através de exemplos, passo a passo, etapa a etapa. Da mesma forma, trabalhando os temas e paixões dos estudantes, para que haja motivação na resolução dos problemas.
Por fim, avaliações formativas são uma boa ideia. Uma vez que o professor pode mensurar, dia a dia, o quanto a turma está evoluindo no assunto.