Como os livros didáticos de Literatura influenciam na aprendizagem?
24 de agosto de 2022
Como um livro didático de qualidade pode influenciar positivamente a aprendizagem dos estudantes de Literatura e complementar a dinâmica da sala de aula e a sua prática pedagógica, professor?
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Foi exatamente o que perguntamos a Graça Sette, Márcia Travalha e Antonio Barreto, autores da obra para Ensino Médio “Série Brasil – Literatura”, que responderam com base em sua rica experiência.
Reunimos as respostas abaixo, vamos conferir?
Importância do livro didático para estudar Literatura
“Os livros didáticos sempre tiveram papel importante no processo de ensino e aprendizagem, pois ajudam a orientar o planejamento das ações didáticas, organizam e roteirizam os componentes curriculares de acordo com os documentos oficiais e os novos estudos da área e as atividades escolares, dando segurança aos docentes para inovarem suas práticas pedagógicas e apoio aos estudantes no seu processo de estudo, aprendizagem e autonomia.
Em relação a um livro de Literatura, a seleção criteriosa de textos canônicos e contemporâneos, artes visuais, letras de canção entre outras expressões artísticas de autores e autoras relevantes da literatura brasileira, indígena, afro-brasileira, feminina, portuguesa e de países lusófonos é fundamental para formar leitores literários apaixonados, incentivar a autoria e tornar a dinâmica pedagógica amigável e prazerosa para os jovens e seus professores.
Além disso, priorizar a escolha de crônicas, contos, poemas e letras de canções (e outros) para que o aluno tenha contato com textos integrais e não apenas trechos. No caso de romances/novelas e outros textos mais longos: escolher trechos significativos que apresentem começo, meio e fim (como capítulos) para que o aluno tenha uma apreensão mais geral da obra”, comentou Graça Sette.
Características de um bom livro didático
“Outro aspecto importante de um bom livro didático é apresentar textos que tratam do mesmo tema, escritos em épocas diferentes, para permitir a percepção das mudanças de estilo, de abordagens, as retomadas e permanências ao longo do tempo; a intertextualidade e o diálogo entre diferentes expressões artísticas.
É importante evitar a recorrência dos mesmos textos publicados na maioria das obras do seguimento. Isso causa cansaço do material, tornando o trabalho mecânico e enfadonho.
Outro fator positivo é a proposta de atividades interdisciplinares, o que enriquece a experiência leitora e favorece a fruição, a contextualização das obras/textos lidos, a compreensão do contexto em que foram produzidos, favorecendo a autonomia dos estudantes e a coautoria dos professores que vão adequando o livro aos projetos da escola e necessidades da turma”, complementa Márcia Travalha.
Manual do professor
“A apresentação de atividades instigantes, discussões sobre a realidade atual, motivadas pelas leituras, dão sentido aos textos e envolvem os jovens. Propostas de autoria de textos literários verbais, não verbais, multimodais, digitais; de realização de saraus e encenações dão protagonismo aos jovens, fomenta talentos e, ao serem socializados, aproximam pais e a comunidade escolar da escola. Para contribuir com a dinâmica da sala de aula e a aprendizagem dos estudantes, um livro didático de qualidade deve apresentar também: um Manual do Professor com fundamentação teórico-metodológica e objetivos claros, sugestões de encaminhamentos das atividades, apresentação das competências gerais e específicas e habilidades por campo de atuação, desenvolvidas na obra, de acordo com a BNCC; fontes de pesquisa confiáveis tanto para os professores quanto para os estudantes; links de museus e de instituições culturais para aprofundar conhecimentos; indicação de livros literários, livros de arte, filmes, músicas/letras de canção; visando a formação do repertório cultural e afetivo dos jovens”, conclui Antonio Barreto.
E aí, o que mais um livro didático precisa ter para colaborar com a sua prática pedagógica, professor?