Escuta ativa: troque o “preste atenção” por “como você está?”

22 de julho de 2022


Já parou para pensar qual a importância da escuta ativa no processo educativo? 

Pensemos: quantas vezes pediu para seus alunos te ouvirem na aula? Provavelmente, milhares. Como professor, você incentiva cada turma a ouvir e prestar atenção – mas, quando foi a última vez que considerou suas próprias habilidades de escuta?

Não deve ser difícil perceber a importância de ouvir quando consideramos que a função ocupa cerca de 45% do tempo que os adultos passam se comunicando. Isso é significativamente mais do que falar, que representa 30%, e ler e escrever, 16% e 9%, respectivamente.

No entanto, apesar de toda a sua importância, muitas vezes não damos a atenção necessária para ouvir, mais além, sequer sabemos do que se trata a escuta ativa.

O que é a escuta ativa? 

Escutar, diferente de ouvir, é o ato de se atentar. A diferença entre um ato e outro é percebida no que ocorre depois de o ouvinte receber o som. Quando ele está apenas ouvindo, há pouca interação e, consequentemente, pouca ação. Quando está escutando, já foca na mensagem recebida. 

Assim, a escuta ativa é um método focado e responsivo. Em que o ouvinte de uma conversa dá toda a atenção à outra pessoa, sem julgar suas preocupações. É importante ressaltar que o objetivo da escuta ativa não é oferecer soluções ou conselhos, mas alcançar uma compreensão profunda da perspectiva da outra pessoa.

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Como a escuta ativa pode melhorar o relacionamento com seus alunos?

A escuta ativa faz com que o orador se sinta cuidado e compreendido. Quando esse orador é um aluno, para ele significa que seu professor está interessado no que ele têm a dizer e se importa, o que cria uma conexão emocional que vai impactar em toda a experiência escolar.

Diversas pesquisas já mostraram que estudantes que se sentem conectados aos seus professores são mais motivados a ter um bom desempenho, porém a sua própria experiência educacional deve apontar isso. 

O que é preciso para investir na escuta dos estudantes? 

Para ser um ouvinte ativo, a palavrinha mágica é “empatia”. Você, como professor, deixa o imperativo “preste atenção” e passa a usar mais o “como você está?”.

Trata-se realmente de querer saber como a outra pessoa pensa e sente. E sim, às vezes, isso significa prestar atenção extra às frases ou ao vocabulário que você utiliza — ou seu aluno — e pensar nas emoções que estão por trás das aplicações ou respostas a suas colocações.  

Também exige pensar na sua linguagem corporal para se mostrar aberto e relaxado, ao ponto de mostrar que está presente. Por exemplo, você pode se inclinar para o estudante que está falando ou balançar a cabeça de vez em quando enquanto o escuta.

Fique atento ao contato visual, seja paciente e mantenha suas perguntas neutras. Uma possibilidade é dizer “o que você acha que vai acontecer se optar por essa ideia?”, ao invés de “você acha que essa é uma boa ideia?”.

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