Marie Curie e a importância de incentivar o ensino de Ciências na escola

5 de novembro de 2020

Em 07 de novembro comemora-se o 153º aniversário do nascimento de Marie Curie. A cientista pioneira é a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel, a primeira pessoa a receber o Prêmio duas vezes e foi, durante muito tempo, a única a receber o Prêmio em dois campos científicos diferentes.

Usando um espaço de trabalho improvisado, Marie Curie começou, em 1897, uma série de experimentos que seriam pioneiros na ciência da radioatividade, mudariam o mundo da medicina e aumentariam nossa compreensão da estrutura do átomo. Sua história é uma inspiração para reforçar os estudos de Ciências na escola e mudar a perspectiva de meninos e, principalmente, meninas sobre suas capacidades.

Marie Curie: exemplo para a geração de hoje

Segundo uma pesquisa americana de 2017, publicada na revista Science, a partir dos seis anos garotas começam a considerar que liderança e inteligência são características dos garotos e não delas. Um outro estudo do mesmo ano, feito pela Microsoft na Europa, constatou que aos 11 anos e meio elas começam a se interessar por carreiras de Ciência e Tecnologia, mas aos 15 passam a achar que não se encaixam nessas profissões. A maioria delas, 60%, afirmou, também, que se sentiriam mais confortáveis em seguir tais carreiras se soubessem que há oportunidades iguais para homens e mulheres.

Ainda de acordo com os pesquisadores americanos, entre as garotas que estão no Ensino Médio, 46% não acredita que são inteligentes o bastante para seguir a carreira dos sonhos. Se a ciência é uma das forças transformadoras da vida e a experimentação faz parte do cotidiano, o estudo de Ciências na escola, aliado ao incentivo correto, não apenas orienta essas jovens na busca da construção de respostas, como também fortalece suas autoestimas.

São os estereótipos que induzem as garotas a acharem que sonhar com profissões científicas não é para elas. Por isso, tanto os professores quanto o currículo podem contribuir para mudar essas percepções. Os estereótipos negativos baseiam-se na suposição de que elas não têm a capacidade inata necessária para o sucesso. Assim, enfatizar como as habilidades mudam e se desenvolvem ao longo do tempo desafia essa crença.

STEAM

Quando se trata de ensino e aprendizagem de Ciências na escola, o formato é muito importante. Então, se Marie Curie é o melhor exemplo para os jovens que estudam esse currículo, o STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática) é um caminho sólido para trilhar. Isso porque, além de interdisciplinar, essa metodologia parte sempre de um processo de investigação e prática. 

Uma opção para os professores é diminuir o uso de avaliações tradicionais e de múltipla escolha. Passando a dar mais ênfase a avaliações abertas e dissertativas. Essas permitem aos estudantes, especialmente as garotas, demonstrarem sua proficiência e se sentirem mais confiantes em tentar expressar o que sabem, da forma como sabem. Além disso, esse perfil de avaliação possibilita identificar com mais facilidade onde a turma tem dificuldades e pensar em formas de resolver.

Uma forma de mudar a percepção geral é adicionar imagens de mulheres cientistas ao longo dos materiais de sala de aula. Surge aí uma oportunidade para atribuir trabalho individual ou em grupo que resuma e/ou contextualize as realizações dessas figuras femininas. Os incentive a aprender sobre. Use as biografias e atividades relacionadas para educar os estudantes sobre a engenhosidade e as contribuições de cada uma e, assim, estimular o interesse pelas carreiras em STEAM. 

Crie um ambiente que promova a aprendizagem positiva 

Para alguns, o estudo das disciplinas da sigla STEAM é chato e cansativo, mas a ciência explora o mundo além das limitações atuais do conhecimento. Ela desafia e se propõe a encontrar respostas. Processo semelhante ao de desenvolvimento de um adolescente, que quando alcança esta fase costuma questionar tudo o que gostava quando criança. Começando a buscar coisas novas, que combinem com suas próprias crenças e personalidade.

A liberdade de pensamento e a capacidade de satisfazer a curiosidade, assim como a possibilidade de obter novos insights sobre o mundo natural são, provavelmente, características muito atraentes para os jovens. Mostre a eles então porque a ciência e a pesquisa oferecem uma oportunidade única e incomparável para todos saciarem sua sede por conhecimento. Bem como explorarem seus pontos fortes e habilidades intelectuais à sua maneira.

Invista também em ambientes de aprendizagem positivos. Esses são essenciais para o sucesso acadêmico, emocional e social dos estudantes. Para começar, estes ambientes devem oferecer um clima de segurança, mas onde o risco é encorajado. Onde há espaço para uma conversa autêntica e aberta. A confiança e o respeito são estimulados e a interação positiva é a norma.

Outro componente da promoção de uma mentalidade construtiva é enquadrar o fracasso como uma oportunidade de aprendizado. Em contraposição a ideia de que ele é algo a ser evitado ou varrido para debaixo do tapete quando ocorrer. Isso pode ser feito concentrando-se no processo de aprendizagem. Por exemplo, descobrindo de onde vêm os erros e solucionando-os a partir de novas estratégias.