Migrantes e refugiados no Brasil e no mundo
7 de novembro de 2023
A migração humana é uma narrativa intrínseca à história da civilização. Desde os tempos remotos, as pessoas têm se deslocado em busca de melhores oportunidades, segurança e qualidade de vida, tornando-se refugiados nos países mais próximos de sua terra natal.
Atualmente, com o crescente número de conflitos armados entre nações, perseguições, desastres naturais e precárias condições socioeconômicas, notamos a prevalência desses deslocamentos forçados.
Esses deslocamentos não apenas moldam a geografia humana, mas também desafiam as nações e comunidades que abrigam essa população a lidarem com questões complexas relacionadas à proteção, integração e solidariedade em um mundo cada vez mais interconectado.
A crise migratória de refugiados
Países dos continentes sul-americano, africano, europeu e asiático passaram por uma grande crise migratória, durante a pandemia do covid-19, com inúmeras pessoas procurando abrigo em seus territórios.
Quando essa migração acontece forçadamente, as pessoas passam a ser caracterizadas como refugiadas. Sendo assim, elas possuem o direito da acolhida em países vizinhos, já que o retorno ao seu país de origem representa perigo.
Esse direito foi garantido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em uma época pós-Segunda Guerra Mundial, criando leis globais que asseguram o direito dessa população e das nações receptivas.
Mas, com a pandemia e a guerra entre Ucrânia e Rússia, essas leis foram revisitadas e reformuladas, assim como a constituição dos países foco dessas migrações, uma vez que passou a causar instabilidades sociais, com a intenção de limitar a entrada em seus territórios.
Barreiras culturais e linguísticas
Para além das barreiras políticas, as diferenças culturais e linguísticas se somam à adaptação dos refugiados em um território com novas leis e novos costumes.
Sua integração é um desafio complexo e multifacetado, que envolve uma série de dificuldades, principalmente no que diz respeito à compreensão das diferentes culturas e a superação da xenofobia.
Com a mudança de vida causada por catástrofes humanas ou naturais, os refugiados encontram obstáculos para se estruturarem economicamente, uma vez que necessitam de novos documentos e do reconhecimento de qualificações estrangeiras.
Como trabalhar o tema em sala?
O Brasil é um dos países que mais recebe refugiados na América Latina. Em 2022, 5.795 pessoas foram reconhecidas como refugiadas, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Dentre eles, mais da metade são venezuelanos.
Como meio de levantar o assunto em sala de aula e conscientizar os estudantes sobre a importância de acolher e aprender com essas pessoas, a Editora do Brasil possui alguns livros sobre o tema e trouxemos três deles, das autoras Cassiana Pizaia, Rima Awada Zahra e Rosi Vilas Boas, premiados pela Biblioteca Nacional e que receberam o selo de Altamente Recomendável.
Layla, a menina síria
Na obra “Layla, a menina síria”, exploramos a história de uma jovem que precisa deixar o seu país de origem, Alepo, no norte da Síria, junto de sua família e amigos devido a uma guerra. No decorrer do livro, Layla conta histórias do período tão conturbado que viveu antes de finalmente chegar ao Brasil.
Como será ficar longe de tudo e todos que conhecemos, viver com tantas lembranças tristes, ter que recomeçar do zero?
O Haiti de Jean
Em “O Haiti de Jean”, acompanhamos a história de separação da família de Jean: enquanto o pai buscava um lugar melhor para onde levá-los, Jean e a mãe tentavam sobreviver com o mínimo que podiam. A história nos mostra as dificuldades da população haitiana para sobreviver ao terremoto.
Esse é um livro de superação, coragem e determinação, capaz de emocionar a todos.
Malaika, força do Congo
No livro “Malaika, força do Congo”, entendemos a jornada do imigrante e como esse é um acontecimento transformador, nem sempre fácil. Quando emigrar é uma necessidade, medos, traumas e muita preocupação com o futuro são companheiros certos nessa viagem.
A protagonista, Malaika, nasceu no Congo, um país repleto de conflitos, desigualdade e influência de países colonizadores, localizado na África. A jornada dessa jovem tão forte e determinada é cercada de percalços e luto, mas também de muita luta e esperança.