O que é o método fônico de alfabetização?
8 de junho de 2021
A Política Nacional de Alfabetização (PNA), decretada em abril de 2019, tem como foco implantar uma metodologia de alfabetização baseada no que o documento denomina de “evidência científica”. A orientação é que sejam seguidos os estudos da ciência cognitiva da leitura, com foco no método fônico.
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Mas afinal, você sabe o que é o método fônico?
O método fônico é o sistema que ensina por intermédio da associação entre o grafema, ou seja, a letra e o som, chamado de fonema. O foco principal da instrução fonética é ajudar os leitores iniciantes a entender como as letras estão ligadas aos sons para formar correspondências letra-som, padrões de ortografia e ajudá-los a aprender como aplicar esse conhecimento em sua leitura.
O método fônico de alfabetização pode ser fornecido de forma sistemática ou incidental. A marca registrada de uma abordagem fônica sistemática é delinear um conjunto sequencial de elementos fônicos – e esses elementos são ensinados ao longo de uma dimensão de explicitação, dependendo do tipo de método fônico empregado. Por outro lado, com a instrução fonética incidental, o professor não segue uma sequência planejada de elementos fonéticos para orientar a instrução, mas destaca elementos particulares, oportunamente, quando aparecem no texto.
A origem do método fônico é datada de 1719, como reação à soletração e seu uso na França, por Vallange, bem como na Alemanha, por Enrique Stephani, em 1803. Outra defensora dele é Maria Montessori. Na sua famosa metodologia, a criança montessoriana aprende primeiro a reconhecer as letras por associação do toque ao som.
Método fônico na PNA
Partindo do princípio segundo o qual as crianças aprendem a ler por meio dessa relação entre o som da fala e a escrita, a PNA propõe a ênfase do ensino em seis componentes: consciência fonêmica, instrução fônica sistemática, fluência em leitura oral, desenvolvimento de vocabulário, compreensão de textos e produção de escrita, para os quais recomenda que se devem apoiar os bons currículos e as boas práticas de alfabetização baseada em evidências.
O método fônico é projetado para aumentar a precisão nas habilidades de decodificação e reconhecimento de palavras, o que, por sua vez, facilita a compreensão. No entanto, é importante observar que a aplicação fluente e automática de habilidades fonéticas ao texto é outra habilidade crítica que deve ser ensinada e aprendida para maximizar a leitura oral e a compreensão da leitura. Essa questão ressalta a necessidade dos professores compreenderem que, embora as habilidades fonéticas sejam necessárias para aprender a ler, elas não são suficientes por si mesmas. Portanto, devem ser integradas ao desenvolvimento da consciência fonêmica, da fluência e das habilidades de compreensão da leitura de textos.
Implementação da PNA
De acordo com o Caderno da PNA, documento guia desta política, sua implementação se dá por meio de programas, ações e instrumentos que incluam orientações curriculares e metas claras e objetivas para a Educação Infantil e para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Assim como o desenvolvimento de materiais didático-pedagógicos cientificamente fundamentados para a literacia emergente, a alfabetização e a numeracia, e de ações de capacitação de professores para o uso desses materiais.
O caderno também cita a recuperação e remediação para alunos que não tenham sido plenamente alfabetizados nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ou que apresentem dificuldades de aprendizagem de leitura, escrita e Matemática básica. Cita também a promoção de práticas de literacia familiar; produção e disseminação de sínteses de evidências científicas e de boas práticas de alfabetização, de literacia e de numeracia; e estímulo para que as etapas de formação inicial e continuada de professores da Educação Infantil e de professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental contemplem o ensino de ciências cognitivas e suas aplicações nos processos de ensino e de aprendizagem.