O que eu vou ser quando crescer: como motivar os jovens a pensarem no futuro?
7 de novembro de 2024
“Quem você quer ser quando crescer?” Essa é uma das perguntas mais antigas e, ao mesmo tempo, mais desafiadoras que um adolescente pode ouvir. Enquanto alguns jovens podem ter respostas claras e diretas, muitos outros ficam perdidos, inseguros ou sem ideia de como responder. Afinal, “o que eu vou ser” não é uma ideia mais importante do que “o que sou agora”.
Como se espera que eles saibam quem querem ser quando estão apenas começando a descobrir o mundo e a si mesmos? Essa dificuldade em responder não deve ser motivo de preocupação, mas sim uma oportunidade para reflexão. O papel dos educadores é ajudar os estudantes a enxergarem o futuro como algo que pode ser moldado a partir de pequenas ações e decisões tomadas no presente.
A pergunta “Quem eu quero ser?” não precisa ser respondida imediatamente, porém é possível começar a construir o caminho com estratégias práticas que ajudem os jovens a pensarem sobre suas metas, habilidades e o futuro que desejam alcançar.
A importância de pensar no futuro para os jovens
Muitos adolescentes tendem a focar no agora – o que não é surpreendente, considerando o momento de vida que estão atravessando. Mas pensar no futuro, ainda que vagamente, pode dar a eles uma sensação de propósito e direção. Quando os jovens conseguem visualizar quem querem ser daqui a alguns anos, o aprendizado na escola ganha um novo significado, pois começam a entender que o que fazem hoje pode moldar suas oportunidades de amanhã.
O educador tem a capacidade de guiá-los nessa jornada de autodescoberta, mostrando que a construção de um futuro não se resume a uma escolha de carreira, mas envolve o desenvolvimento de competências emocionais, habilidades técnicas e um entendimento mais profundo de si mesmos e do mundo ao seu redor.
Estratégias práticas para ajudar os jovens a visualizarem o futuro
Aqui estão algumas estratégias práticas que podem ser implementadas por educadores para ajudar os jovens a começarem a pensar sobre o futuro, de maneira que se sintam menos sobrecarregados e mais inspirados.
1. Quem é o seu “Eu do Futuro”?
Uma maneira simples, mas muito poderosa, de iniciar o diálogo sobre o futuro é perguntar aos alunos: “Quem é o seu ‘Eu do Futuro’?” Essa pergunta incentiva os adolescentes a imaginarem quem querem ser e como se veem daqui a alguns anos. Esse exercício mental ajuda a tornar o conceito de futuro mais concreto e tangível.
Atividade prática: peça aos alunos que escrevam uma carta para o próprio “Eu do Futuro”. Eles podem descrever suas expectativas, sonhos, medos e as metas que gostariam de alcançar. Após a escrita, eles podem guardar a carta ou discutir seus conteúdos em grupos, promovendo a troca de ideias e expectativas. Essa atividade não só incentiva a reflexão, como também proporciona uma visão mais clara de onde eles querem chegar.
2. Pequenos passos para grandes sonhos
Muitos jovens ficam sobrecarregados ao pensarem em grandes sonhos e objetivos de vida. Por isso, uma das melhores formas de ajudar é ensiná-los a quebrar essas metas maiores em passos menores e mais alcançáveis. O segredo é mostrar que grandes conquistas começam com ações pequenas e práticas.
Atividade prática: proponha a criação de um “mapa de metas”. Os alunos podem começar listando um grande objetivo (como ingressar em uma universidade ou desenvolver uma habilidade específica) e, em seguida, dividir esse objetivo em etapas menores e mais fáceis de gerenciar. Isso pode incluir, por exemplo, melhorar o desempenho escolar em uma disciplina, buscar uma atividade extracurricular ou investir mais tempo em hobbies que gostem.
3. Inspire com exemplos reais
Trazer exemplos de pessoas que trilharam caminhos variados e alcançaram o sucesso é uma forma eficaz de mostrar aos jovens que seus sonhos são viáveis. Quando os alunos ouvem histórias de superação, desafios e conquistas, eles começam a perceber que o caminho para o futuro não é linear, mas cheio de possibilidades e recomeços.
Atividade prática: organize palestras ou rodas de conversa com profissionais de diferentes áreas, incentivando os alunos a fazerem perguntas e entenderem mais sobre como esses profissionais lidaram com suas escolhas e obstáculos. Isso ajuda os jovens a enxergar o futuro como uma construção flexível, moldada por escolhas e experiências.
4. Explore interesses e paixões
Os adolescentes, muitas vezes, têm talentos e interesses que não conseguem ver como possíveis caminhos para o futuro. É aqui que os educadores atuam para ajudá-los a explorar essas paixões e conectá-las com oportunidades de carreira ou desenvolvimento pessoal.
Atividade prática: proponha um projeto em que os alunos possam pesquisar profissões ou áreas de estudo relacionadas às suas paixões. Um aluno que gosta de escrever pode investigar sobre jornalismo, literatura ou marketing de conteúdo. Um aluno apaixonado por tecnologia pode explorar carreiras em desenvolvimento de software, design de jogos ou engenharia. O importante é mostrar que o que eles amam fazer pode se transformar em uma oportunidade real no futuro.
5. Normalize o erro e o recomeço
Pensar no futuro pode gerar ansiedade, especialmente quando os jovens temem cometer erros ou fracassar. Uma das lições mais valiosas que os educadores podem passar é que o erro faz parte do processo de crescimento. Normalizar o fracasso como uma etapa da aprendizagem ajuda os adolescentes a desenvolverem resiliência e a encararem os desafios de forma mais saudável.
Atividade prática: promova um debate ou uma leitura de histórias inspiradoras sobre pessoas que enfrentaram fracassos antes de alcançarem o sucesso. Isso ajuda a quebrar o estigma do erro, mostrando que ele é uma oportunidade de aprendizado e crescimento, e não o fim da jornada.
Conversas contínuas sobre “o que eu vou ser” ou “quem vou ser”
Essas conversas sobre “o que eu vou ser” ou “quem vou ser” não devem se limitar a uma atividade isolada. Elas precisam ser constantes, adaptando-se conforme os jovens ganham novas experiências e descobertas sobre si mesmos e o mundo ao seu redor.
Ao criar um ambiente onde essas reflexões são estimuladas de maneira contínua, os educadores ajudam os alunos a desenvolverem uma mentalidade de crescimento, em que erros, mudanças e incertezas fazem parte de uma trajetória que pode ser ajustada ao longo do caminho. O papel da escola, assim, não é dar respostas prontas, mas oferecer o suporte necessário para que os estudantes possam explorar suas próprias perguntas e traçar o caminho que os levará a realizar seus sonhos e ambições.