Política, escola e democracia podem caminhar juntos?
4 de outubro de 2022
Se as crianças são o futuro da nação, os valores e hábitos que lhes são ensinados refletem não só em seu presente, como em seus futuros e no progresso do país. É uma lógica simplista, mas muito intuitiva sobre a ligação entre escola e democracia.
Ou seja, sob essa lógica, as escolas devem ser vistas não apenas como instituições que transmitem certos conhecimentos e habilidades acadêmicas, mas também como ambientes em que as crianças e jovens socializam e constroem a micropolítica.
Assim, aprender política nas escolas deve envolver temas como Eleições, Direitos Humanos, o que faz cada órgão governamental, como funciona uma nação e a educação midiática, mas também as noções de poder existentes no mundo do macro ao micro.
Mas como trabalhar a política em sala de aula? A melhor forma de unir escola e democracia é criar experiências realmente empíricas e que dão voz aos estudantes, demonstrando seus papéis como cidadãos ativos, responsáveis e informados dentro de uma democracia.
Política, escola e democracia na sala de aula
Além de buscar e promover assuntos para debate em sala de aula, é uma boa ideia integrar competências democráticas a áreas temáticas. A educação para a cidadania é transversal e interdisciplinar por natureza, pode ser vista pelos olhos dos Estudos Sociais, das Ciências, da História ou da Geografia.
Por exemplo, em História é possível transmitir o significado histórico de contribuições de diferentes civilizações para a temática, bem como na Literatura. Os professores podem selecionar textos que abordem questões sociais e/ou políticas do nosso tempo ou do passado da humanidade.
O que não é nada difícil de encontrar, não é mesmo? Os clássicos da literatura, como o livro “A Revolução dos Bichos”, tem muito o que ensinar sobre o exercício da democracia.
Os alunos que experimentam um clima de sala de aula democrática, onde se sintam ouvidos e se sentem valorizados, são mais propensos a adotar perspectivas democráticas em suas ações. Da mesma forma, não importa a qualidade do currículo, escolas que discriminam seus alunos ou adotam posturas autoritárias, promovendo exatamente o contrário ao espírito da democracia.
Mostre exemplos com os quais se identifiquem
Conversar sobre política, escola e democracia fica mais fácil quando os alunos se enxergam como parte das engrenagens do mundo. Então, por que não dar exemplos de jovens como eles, mas que são atuantes?
Malala Yousafzai e Greta Thunberg são exemplos famosos de ativistas. A influência de Thunberg, inclusive, já foi testada por um estudo que descobriu que os discentes mais familiarizados com o trabalho dela eram mais propensos a se sentirem confiantes em seu poder de tomar decisões para mitigar as mudanças climáticas.
Mas os exemplos não precisam ser tão famosos, pode-se apontar a política feita pelo bairro e pela própria escola. Com isso, não falamos de partidos, falamos das ações cidadãs, sociais e coletivas que muitos agentes de transformação desses ambientes aplicam. Seja o grêmio estudantil, a bibliotecária da escola, buscando apoio das turmas, os professores e familiares interagindo e, por que não, os próprios estudantes em seus ciclos sociais.