Portfólios podem ser ferramenta de avaliação e protagonismo infantil

10 de outubro de 2024


A avaliação da aprendizagem, por muito tempo centralizada em testes padronizados e exames formais, vem sendo repensada nas últimas décadas. Educadores e pesquisadores buscam alternativas que considerem o processo de aprendizado como um caminho contínuo, repleto de nuances e que vá além da mera memorização. Dentro desse contexto, os portfólios emergem como uma ferramenta robusta e eficaz, permitindo uma avaliação mais abrangente, reflexiva e centrada no desenvolvimento integral dos estudantes.

Ao contrário de métodos tradicionais, os portfólios favorecem uma avaliação formativa, aquela em que o foco não está exclusivamente nos resultados finais, mas no percurso de aprendizagem. Por meio deles, os estudantes registram e documentam seu progresso ao longo do tempo, destacando suas produções, reflexões e processos. Com isso, o portfólio se torna um instrumento que possibilita uma análise profunda do desenvolvimento de competências e habilidades, favorecendo uma visão mais humanizada e integral do estudante.

Portfólios e a avaliação formativa

Os portfólios se destacam como uma ferramenta que potencializa a avaliação formativa, sendo fundamentais para o acompanhamento constante e detalhado do progresso dos estudantes. Essa prática se alinha ao conceito de avaliação contínua, em que o aprendizado é visto como um processo em construção, e não um evento isolado.

Para os professores, a adoção de portfólios oferece a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de cada estudante de forma mais personalizada. Ao observar a evolução de trabalhos e atividades documentadas ao longo do tempo, o educador pode identificar padrões de progresso, áreas de dificuldade e oportunidades de aprimoramento. Essa perspectiva mais ampla também permite ao professor ajustar suas práticas pedagógicas conforme as necessidades específicas de cada estudante, tornando o ensino mais responsivo e inclusivo.

Além disso, os portfólios promovem uma cultura de autoavaliação entre os estudantes. Ao revisitar suas próprias produções e reflexões, os estudantes desenvolvem habilidades metacognitivas, aprendendo a reconhecer suas conquistas, identificar pontos de melhoria e planejar estratégias para superar desafios. A autoavaliação não apenas fortalece o aprendizado, mas também encoraja a autonomia e o protagonismo estudantil, princípios fundamentais para a formação de cidadãos críticos e reflexivos.

A documentação como ferramenta de aprendizado

A adoção de portfólios requer uma mudança de paradigma por parte dos professores, que passam a atuar não apenas como avaliadores, mas como mediadores de processos reflexivos. Na prática, o portfólio pode assumir diferentes formatos, desde coletâneas de trabalhos escritos, projetos, relatórios e produções artísticas até registros multimídia. Com o avanço das tecnologias educacionais, os portfólios digitais têm ganhado destaque, permitindo a inserção de vídeos, áudios e fotografias que enriquecem ainda mais a documentação do aprendizado.

No entanto, o uso eficaz de portfólios exige mais do que simplesmente compilar atividades. É necessário que os professores incentivem os estudantes a refletir sobre seus processos, promovendo discussões que aprofundem a compreensão do próprio aprendizado. O ato de selecionar quais produções serão incluídas no portfólio, por exemplo, é um exercício de reflexão crítica, porque o estudante precisa analisar o que cada trabalho representa em termos de desenvolvimento e conquistas.

Essa abordagem é especialmente relevante em práticas pedagógicas que adotam metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos, na qual o processo de construção do conhecimento é tão importante quanto o resultado final. O portfólio, nesse contexto, torna-se um espaço onde o estudante registra suas descobertas, desafios e superações ao longo de uma jornada investigativa.

Uso de portfólios na Educação Infantil

Um exemplo concreto da aplicação dos portfólios como ferramenta de avaliação e documentação na Educação Infantil é a Coleção Tangará, da Editora do Brasil. Reconhecida pela sua proposta inovadora e alinhamento com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), essa coleção valoriza a investigação e o protagonismo infantil por meio do uso estruturado de portfólios.

A Coleção Tangará promove uma abordagem investigativa, em que o professor atua como facilitador do processo de aprendizagem, incentivando as crianças a explorar o mundo ao seu redor de forma ativa e reflexiva. O portfólio não é apenas uma ferramenta de registro, mas um instrumento de autoria e documentação pedagógica, onde tanto o professor quanto a criança participam ativamente da construção do conhecimento.

O diferencial da Tangará está em como o portfólio é utilizado para documentar processos de investigação e projetos desenvolvidos pelas crianças. A coleção oferece materiais que auxiliam os professores a organizar essas produções de maneira reflexiva, criando um espaço de registro e diálogo entre educadores, crianças e suas famílias. Ao fazer isso, a Tangará contribui para a avaliação ser uma medição de resultados e uma construção coletiva de conhecimento, desse modo, o portfólio reflete a trajetória única de cada criança.

Esse processo de documentação e reflexão tem o potencial de transformar a sala de aula em um espaço de aprendizagem contínua, onde tanto professores quanto as crianças  estão engajados em um processo constante de melhoria e evolução. O portfólio, assim, se configura como um registro vivo da aprendizagem, que não se limita a avaliação  de forma estática, mas acompanha seu desenvolvimento de maneira orgânica e fluida.

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