Saúde mental e bem-estar digital: como alinhar os dois?

10 de janeiro de 2025


Principais desafios no ambiente escolar e perspectivas para o futuro

Segundo o Relatório Digital 2024: 5 billion social media users, publicado em parceria entre We Are Social e Meltwater, o Brasil é o segundo país em que os usuários passam mais tempo online no mundo, com média de 9h13, atrás apenas da África do Sul, com 9h24.

As novas tecnologias, especialmente a internet, os smartphones e as redes sociais, têm exercido uma influência significativa na saúde mental, inclusive, no ambiente escolar. Essa influência pode ser tanto positiva quanto negativa, dependendo de como as tecnologias são utilizadas e das características de cada pessoa. Para evitar os efeitos prejudiciais de uma vida conectada em excesso, o bem-estar digital tornou-se peça-chave no enfrentamento do problema.

Saúde mental: quais são os desafios no ambiente escolar?

Os desafios da saúde mental no ambiente escolar estão cada vez mais interligados ao uso excessivo de tecnologias e à exposição constante em redes sociais. Esses dois fatores formam um ciclo que pode amplificar questões como ansiedade, depressão e até o isolamento social entre os estudantes. Confira, a seguir, alguns dos principais desafios que mostram essa intersecção:

  •  Estresse, ansiedade e uso excessivo de redes sociais

    O uso constante de smartphones, muitas vezes, intensifica os níveis de estresse e ansiedade por fomentar uma validação social online. A pressão para sempre estar disponível e conectado e a comparação constante com a vida idealizada de outros podem aumentar casos depressivos, além de agravar outros transtornos. Para estudantes, essa pressão do meio digital pode gerar um ciclo exaustivo, impactando no desempenho acadêmico e na saúde mental de cada um deles.

  • Influência social e padrões irreais

    Nas redes sociais, jovens estão expostos a padrões de beleza, sucesso e felicidade muitas vezes irreais. Esse cenário pode afetar diretamente a autoestima e questões de satisfações pessoais. Além disso, o fenômeno conhecido como fomo (fear of missing out) pode intensificar o sentimento de exclusão entre adolescentes, gerando um estado constante de ansiedade e insegurança.

  • Falta de recursos adequados para o bem-estar digital

    A falta de profissionais qualificados, como psicólogos e conselheiros nas escolas, aliada à escassez de programas voltados especificamente para o bem-estar digital, cria uma lacuna importante na formação dos jovens. Para muitos estudantes, o impacto da vida digital na saúde mental não é abordado de forma integrada, o que dificulta a conscientização sobre o uso saudável da tecnologia.

  • Cyberbullying: a extensão digital do bullying escolar

    O que já é um grande desafio no cenário escolar pode se manifestar de novas formas no ambiente digital. Entretanto, o cyberbullying pode trazer impactos ainda maiores, já que pode ocorrer a qualquer momento, expondo os jovens para além dos limites da sala de aula, levando-os para o isolamento social, insegurança e até afastamento das escolas, agravando ainda mais os problemas de saúde mental.

  • Desigualdade socioeconômica e acesso limitado ao bem-estar digital

    Estudantes de origens socioeconômicas mais baixas enfrentam dificuldades adicionais, como insegurança alimentar e falta de apoio familiar, o que se reflete em um acesso limitado tanto a cuidados de saúde mental quanto a recursos que promovam um uso equilibrado das tecnologias. Essa disparidade pode aumentar a vulnerabilidade às influências negativas do meio digital.

Como alinhar saúde mental e bem-estar digital em sala de aula?

Para enfrentar esses desafios, é fundamental que as escolas implementem abordagens abrangentes que promovam tanto a saúde mental quanto o bem-estar digital. Isso inclui:

  •  capacitação e formação de professores em saúde mental e uso saudável de tecnologias;
  • programas de conscientização que abordem os impactos das redes sociais e promovam o uso responsável da internet;
  • serviços de apoio psicológico, incluindo profissionais capacitados para lidar com questões relacionadas ao uso excessivo de redes sociais e seus efeitos na saúde mental dos jovens;
  • ambiente escolar inclusivo e seguro, com políticas claras de combate ao bullying e ao cyberbullying.

A integração de programas que eduquem sobre os riscos e benefícios do uso da tecnologia pode ajudar a criar uma cultura de bem-estar digital nas escolas, prevenindo problemas maiores e garantindo que os alunos saibam utilizar a tecnologia de forma saudável e produtiva.

Quer saber mais sobre saúde mental na escola? Leia outro artigo que preparamos sobre o tema agora!

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