Uso de celular na escola: prós e contras do acesso ao aparelho em sala de aula
25 de setembro de 2024
Hoje em dia, o celular representa parte integrante da vida, uma extensão do corpo, especialmente para os mais jovens. De acordo com o IBGE, em 2022, 54,8% das crianças de 10 a 13 anos já tinham seu próprio smartphone. E entre jovens de 14 a 19 anos, esse número sobe para 84,7%.
Com isso em mente, o debate sobre proibir ou não o uso de celulares nas escolas ganha cada vez mais força. Por um lado, o celular pode ser um grande aliado nos estudos. No entanto, também pode ser uma grande distração no dia a dia em sala de aula, competindo com os professores pela atenção da turma.
Uso de celulares: proibição nas escolas está ganhando força
A ideia de proibir o uso dos celulares em sala de aula está avançando cada vez mais em todo o mundo. Em países como Estados Unidos e Canadá, as leis regionais têm seguido por esse caminho. No Rio de Janeiro, um decreto de 2023 já proibiu o uso de celulares nas salas de aula das escolas municipais.
Muitos estudantes reconhecem que os celulares podem atrapalhar. No Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022, cerca de 80% dos jovens de 15 anos disseram que se distraem com o celular durante as aulas.
Além disso, sabe-se que o uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento psicomotor. Logo, reduzir o uso dos celulares nas escolas pode ajudar a equilibrar essa balança e mover o estudante a focar em outras áreas importantes para o crescimento acadêmico e social dos jovens.
Uso de celulares: quais são os benefícios?
Contudo, o celular pode ser bastante útil para acessar informações rápidas e complementar o conteúdo das aulas. Se usado com consciência e foco nos estudos, ele pode abrir várias possibilidades de aprendizado, permitindo a ampliação do entendimento dos temas estudados pelo aluno.
Outro ponto é que desenvolver habilidades digitais é essencial na atualidade. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) coloca o letramento digital como uma meta importante na formação integral do indivíduo, e o uso do celular para fins acadêmicos pode ajudar muito nesse processo.
Entretanto, pensando em um uso consciente da tecnologia no ensino, aparelhos como tablets e computadores talvez sejam uma opção mais segura em relação aos smartphones pessoais, já que eles podem ser configurados para limitar as distrações.
Esses dispositivos, quando fornecidos pela escola, garantem que o foco permaneça no que realmente importa: o
aprendizado.
Uso do celular: autonomia dos estudantes
Em um mundo ideal, os alunos poderiam usar o celular em sala de aula de forma consciente, sendo a responsabilidade um estímulo à autonomia, para que o estudante aprenda a usá-lo nos momentos certos de uso. Além disso, proibir totalmente o aparelho pode gerar resistência, já que o celular é visto por muitos como uma parte importante
da vida social.
Porém, se até adultos têm dificuldade em controlar o tempo de tela, esperar que adolescentes consigam fazer isso sozinhos pode ser um tanto utópico. Por enquanto, o melhor caminho parece ser a restrição ao uso do celular, complementada por outras tecnologias que ajudem no ensino, criando um ambiente mais saudável e favorável ao
aprendizado.