Volta das aulas presenciais: como preparar sua escola?
30 de julho de 2020
A volta das aulas presenciais nas escolas está em discussão e alguns estados já estipularam os meses de agosto e setembro para o retorno, que deve acontecer de forma gradual.
Para que os cerca de 50 milhões de discentes da Educação Básica retornem em segurança, uma série de protocolos sanitários foram criados. Começando pela obrigatoriedade do uso de máscaras – com orientações específicas para crianças menores de dois anos – e a distância mínima de um metro e meio entre estudantes, educadores e demais colaboradores.
A entrada e a saída deverão ser repensadas para evitar aglomerações, assim como os intervalos para as refeições. Os eventos presenciais e as atividades esportivas coletivas continuam suspensos.
Diretrizes, como as apresentadas pela UNESCO, apontam a necessidade do reforço da limpeza, com atenção redobrada aos ambientes comuns e superfícies mais tocadas: cadeiras, carteiras, maçanetas, pátios e banheiros. Sem esquecer da oferta de álcool 70%.
Toda comunidade escolar deve receber orientações adequadas para evitar o contágio, como incentivar a constante lavagem das mãos e a troca das máscaras de proteção ao longo do dia. Todas essas rotinas devem ser tratadas como prioridades para que a volta às aulas ocorra da melhor forma possível.
Boas práticas: ensino híbrido e formação complementar
O Colégio Visconde de Porto Seguro (São Paulo – SP) atende cerca de 9.000 estudantes, gere 700 professores e 1.700 funcionários. Sua administração é feita de forma colaborativa, com apoio de comitês de pais e alunos. Com a pandemia, os representantes desses comitês estão centrados na discussão sobre os desafios relacionados a volta das aulas presenciais, explorando questões do tipo: como imaginam essa volta? Quais os medos e o que podem fazer para mitigá-los? Como estão as atividades online? Tudo isso para que os gestores entendam todos os lados envolvidos nesse processo de retomada e o que pode ser feito para se organizar melhor.
O primeiro passo para uma volta às aulas segura e eficiente foi o olhar mais cuidadoso com relação às tecnologias. Assim, todas as classes foram equipadas com itens de ponta que prometem transformar os ambientes em verdadeiras salas de aula estúdio, além das inúmeras parcerias com plataformas de educação, uso de ferramentas digitais para acompanhamento de aulas e atividades extracurriculares online.
Para a Diretora Geral do colégio, Silmara Casadei, os desafios gerados pela Covid-19 para toda a comunidade escolar serão inúmeros. “Estamos nos preparando para aperfeiçoar, no segundo semestre, o modelo híbrido, já implementado. Desta vez, com classes presenciais e aulas online, que podem ser assistidas remotamente”, afirma.
Com relação às medidas de saneamento, o colégio anunciou uma parceria com o Hospital Albert Einstein, que norteou os caminhos tomados. Foram feitas avaliações da estrutura física; do perfil epidemiológico dos estudantes e colaboradores; substituição das lixeiras por modelos com acionamento por pedal; aquisição de totens de álcool em gel e instalação de pias de assepsia em locais estratégicos para diminuir o fluxo nos banheiros; troca de bebedouros para um sistema de sensor, evitando o contato das mãos ou bocas; e aquisição de câmeras e pistolas térmicas portáteis.
A preocupação com o corpo discente vai além da saúde física. Após lidar com uma realidade totalmente inesperada, como o emocional dos estudantes estará? Olhar para essa questão é parte das obrigatoriedades de uma volta às aulas responsável. Desde o início do distanciamento social, os profissionais de Educação Física do Colégio Visconde de Porto Seguro ministram aulas virtuais, transformando a casa do aluno em uma verdadeira academia e os mais de 60 psicólogos atendem tanto os jovens quanto seus pais.
Outro item que a instituição revisou foi a comunicação, anunciando novas dinâmicas de relacionamento, com o objetivo de integrar estudantes, pais e professores de uma forma mais completa.
O que esperar da educação pós-pandemia?
O cenário pós-pandemia ainda é incerto, muitas mudanças devem ocorrer e, com certeza, a educação não será mais a mesma. O distanciamento social, as novas dinâmicas de higienização, comunicação, monitoramento e controle devem transformar o modo como todos os envolvidos se posicionam na escola. Uma coisa é certa, ficou bem claro com o ensino remoto que o setor deve abraçar as tecnologias da melhor forma possível. Em uma situação emergencial, ou não, elas são parte de uma transformação inevitável e devemos acompanhar.
Será necessário trazer o digital para dialogar com o mundo individual e coletivo dos estudantes. A tela agora é, também, uma abertura para inserir e discutir emoções e experiências significativas.
Fontes: Novas diretrizes fornecem um roteiro para a reabertura segura das escolas.